Saiu na imprensa, virou livro. Esse filão do mercado editorial, que bebe na fonte da mídia impressa e perpetua grandes reportagens, está mais forte do que nunca, com lançamentos de fôlego neste fim de ano. Aconteceu na Manchete, livro organizado por José Esmeraldo Gonçalves e J. A. Barros, com artigos de 16 jornalistas que participaram da revista, se vale da memória seletiva desses veteranos repórteres para a criação de um perfil curioso da publicação, cuja história, em muitos momentos, se confundiu com a do próprio País.
A família que comandou esse império jornalístico também é tema de outro livro, Os Irmãos Karamabloch, em que Arnaldo Bloch, sobrinho-neto do patriarca Adolpho, narra a ascensão e a queda de seu clã. O livro acompanha os Blochs desde sua origem, na Ucrânia, há 200 anos, até a forçosa imigração para o Rio, em 1922, conseqüência do pesado período entre-guerras. “Decidi que não faria a biografia de um magnata da imprensa, mas retrataria o espírito de uma família de imigrantes”, conta o autor. Em Deu no New York Times, portentoso volume que traz o explicativo subtítulo de “O Brasil segundo a ótica de um repórter do jornal mais influente do mundo”, o polêmico Larry Rohter analisa o País de maneira franca e corajosa, falando de corrupção endêmica, racismo camuflado, mas também das experiências boas que teve em solo brasileiro.(Continua no Estadão)