O fim da campanha eleitoral no Brasil resvalou para um debate intenso sobre a utilização da mídia e sua determinação em não só continuar a ditar a pauta sobre as instituições da República, como a impor um pensamento único em favor das forças do mercado e não da coletividade e do projeto nacional de Brasil, como seria pertinente. Fomos entrevistar o novo embaixador da Bolívia no Brasil, jornalista e homem de TV José Alberto Gonzalez, que nos conta como o presidente Evo Morales, que por sua origem indígena sofreu uma sublevação da minoria branca, que quase o depôs e retalhou o país em pedaços, está lidando com a questão midiática. Evo, de acordo com Gonzalez, parte de um tripé: a TV estatal, a Rádio estatal, esta articulando uma rede de 20 rádios comunitárias, e o novo jornal Cambio, que já é reputado como um dos maiores do país. O embaxiador José Alberto Gonzalez ainda falou sobre o estado plural, que resgatou o papel protagônico de 36 nações originárias, antes totalmente marginalizadas e quase escravizadas.
Café vídeo-entrevista: Embaixador José Alberto Gonzalez, da Bolívia
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[…] Veja também nossa vídeo-entrevista com o Embaixador da Bolívia no Brasil A lei foi decidida depois que, em 2008, um grupo de camponeses de origem quechua foi brutalmente maltratado e humilhado por jovens radicais da oligarquia. Na ocasião, os campesinos foram levados para a Praça de Armas, na cidade de Sucre, para serem obrigados a pedir perdão de joelhos ante uma multidão. Este ato, junto com outros semelhantes, que teriam sido instigados pelos meios de comunicação privados – jornais, TVs e rádios -, despertaram a necessidade de baixar uma legislação para proteger os direitos dos setores mais desamparados da sociedade boliviana. Para esses efeitos, a lei anti-racismo autoriza a suspensão e até cassação da licença de veículos de comunicação de massa que divulguem mensagens racistas. Um de seus itens anula, apenas para este tema, um antigo foro penal que protege os jornalistas. […]