Por Mino Carta (de Carta Capital)
No seu discurso de eleita, Dilma Rousseff disse que será presidente de todos os brasileiros e ofereceu um cavalheiresco aperto de mão aos adversários. Ao reconhecer a derrota, outros foram o tom e a linha de José Serra. Afirmou que sua campanha foi e será travada em defesa da democracia e ao dizer que “a luta continua” reforçou a ideia da sua permanência em cena, como se almejasse repetir a experiência “agora” malograda. Talvez alguns dos seus correligionários tenham sofrido algum abalo entre o fígado e a alma ao ouvirem o seu “até logo”.
Pronunciamentos bem diferentes. A democracia nunca foi ameaçada e antes que aos candidatos, coube à nação fortalecê-la. Quanto à luta a ser mantida, a frase de Serra parece significar que, se uma batalha foi perdida, a guerra não terminou. Que luta é esta, ou que guerra?
A julgar pela campanha tucana, trata-se de um vale-tudo, um catch as you catch can recheado de golpes baixos e sem a mais pálida sombra de respeito pelos princípios democráticos, apoiado maciçamente pela mídia nativa tão escassamente inclinada à prática do jornalismo, e, portanto, sempre pronta a omitir, inventar, mentir, caluniar, em proveito de ideais tucano-udenistas que rescendem a bolor. E incentivado e aplaudido na internet por uma ofensiva de ódio destampado, além de estupidamente bairrista. (Continua em Carta Capital)