(Publicado originalmente em 03/04/2010, às 19h16m)
Vejo hoje a França inaugurar o seu TGV com velocidade de 574 km/h e a Rússia a fazer dois mil km de trem-bala por ano. E me pergunto? Porque não embarcamos nessa? O JK fez Brasília em quatro anos. Por que o Lula não faz logo este trem-bala entre Rio e São Paulo? Acho que o Presidente está se perdendo neste imbroglio do caos aéreo, ou aereocaos. Até as pedras sabem que não vai se resolver nada com medidas tópicas do tipo desmilitarizar ou não os controladores de vôo ou de quebrar ou não a hierarquia militar.
O Aeroporto de Congonhas está no seu limite e a qualquer momento uma ou várias tragédias podem se precipitar, matando centenas ou milhares de pessoas. Está na hora então de atacar o problema de frente. Não vamos pensar pequeno e choramingar que não tem dinheiro. A liderança do Lula basta por si só para, como o JK ou como o Brizola, (este chegou a investir 55% do orçamento do Rio na educação), mobilizar vontades e conseguir os recursos.
Vários estudos já foram feitos para o trem-bala ao longo de pelo menos 25 anos e o último é do próprio Governo Lula, de 2006. Este estudo, realizado pelo Ministério dos Transportes, prevê a ligação do Rio e de São Paulo, numa via de 403 quilômetros. O cidadão sairia da Central do Brasil, no Rio, e desembarcaria uma hora e meia depois na Estação da Luz, no centro de São Paulo. Ambas as estações estão interligadas pelo metrô. Tudo isso sem a estresse, sem demora e sem as despess de aeroporto. E com a quase absoluta segurança do transporte ferroviário.
Segundo este estudo, ainda baseado nas PPPs, as tais Parcerias Público-Privadas, que jamais sairão do papel, cada composição, rodando a 280 km por hora, carregaria 855 pessoas de cada vez, a um custo de US$ 8 bilhões e com potencial de geração de mais de 140 mil empregos durante o período de obras. Vamos pensar grande!