Sua popularidade atingiu 58% em setembro, mais de 10% do que antes do câncer. Hugo Chávez não para e mesmo convalescendo, seja da própria cama, ele faz pronunciamentos, discursos de inauguração de obras ou dá intermináveis entrevistas, tudo pelo telefone. Desconcertados, seus adversários, à frente o que ele chama de império (os Estados Unidos), ainda divididos em grupos de fluida expressão, intelectuais e a mídia conservadora – nacional e mundial -, fazem conjecturas de como será a campanha da reeleição, em 2012.
Sem a presença física do candidato, o que preferem considerar fato inexorável, eles acreditam que o presidente da Venezuela, no poder há 12 anos, vai fazer uma campanha virtual. E não só com o Twitter, onde é seguido por mais de dois milhões de eleitores, como com o “vergatário”, o apelido do celular que seu governo fabrica em convênio com a China e que se tornou um sucesso de público.
Outros sugerem que ele vai intensificar seus apelos à religiosidade no que seria ajudado, graças ao fato de ter sido coroinha quando menino. A BBC Brasil diz que Chávez incorporou a fé e a religião a seu discurso, respondendo a uma necessidade de recuperar popularidade: “Com o favor de Deus, de nossos deuses indígenas, do manto da virgem e o espírito da savana (…), esse câncer não voltará nunca mais”, disse Chávez durante um ritual indígena, realizado no último sábado no palácio de governo para, segundo os xamãs venezuelanos, curar o “grande cacique”.
Por seu turno, o jornal La verdade sustenta que desrespeitar o repouso é a única opção do mandatário, pois do conrtrário, “se apagaria e se acontecesse, o resultado seria o esquecimento. Por isso, precisa vender à coletividade a ideia de que sua batalha será exitosa e poderá cumprir sua meta de governar até o ano de 2031). Para concretizar seu itento Chávez apelaria (na verdade já o faz intensamente) às redes sociais da internet e ao vergatário: “Fará uma combinação de “recursos tecnológicos e estratégias”, para compensar sua ausência, como confessou ontem. Dessa maneira, com o “telefonito”, manterá o contato com seus camaradas”.
O cientista político Gabriel Reyes, da Universidade Católica Andrés Bello, e sempre citado pela mídia conservadora, comenta que Chávez será um candidato virtual: “Os meios alternativos lhe servirão de apoio porque ële não se pode dar ao luxo de se desconectar com seus seguidores”.
Andrés Bello ainda observa que ös fatos debilitam sua opção, pois mesmo afirmando que está “repotencializado”
e que ganhará as eleições para continuar avançando e para garantir a paz e o desenvolvimiento nacional’, por enquanto o único que é muito provável é o início de seu quarto ciclo de quimioterapia para combater o câncer”.
Pode ser verdade, afinal Chávez tem-se apresentado com o corpo inchado e falando com certo cansaço, mas sua popularidade está teimosamente ascendente, como revela a própria informação da BBC, outra de suas implacáveis inimigas midiáticas:
“De acordo com pesquisas de opinião realizada pela consultoria Hinterlaces, a popularidade do presidente venezuelano aumentou nos últimos meses, ao atingir 58% em setembro. Este índice contrasta com a queda em sua aprovação que vinha sendo registrada, cujos indicadores flutuavam entre 44% e 48%. O pior indíce dos últimos anos foi registrado em março de 2010, quando apenas 37% dos venezuelanos diziam apoiar o presidente”.
Veja também:
Matéria da BBC reproduzida pela folha.com
Matéria do site La Verdade
Chávez anuncia missão para fazer 10 milhões de votos