Por FC Leite Filho
Autor do livro Quem tem medo de Hugo Chavez?
Duas mega-demonstrações populares marcam a consolidação das políticas sociais e de unidade dos presidentes progressistas latino-americanos: a chegada amanhã (09/01/13) ao balneário Mar Del Plata da fragata Libertad, que passou mais de um mês retida, em Gana, na África, por ordem dos fundos especulativos dos Estados Unidos, como forma de desmoralizar a presidenta Cristina Kirchner, e libertada por ordem do Tribunal do Mar; seus 74 marinheiros e oficiais serão recebidos como heróis, por mais de 150 barcos e um show comandado por Cristina; e a concentração, quinta-feira (10/01/13), em Caracas, para repelir as novas tentativas de golpe contra o presidente Hugo Chávez, que, mesmo do leito hospitalar, em Havana, inicia seu terceiro período presidencial, que vai de 2013 a 2019. O candidato derrotado da oposição venezuelana, Henrique Capriles, pediu que os presidentes rejeitassem a manifestação, no que logicamente não foi ouvido, enquanto seus correligionários pediam a intervenção dos militares e uma greve geral, a partir de tuites despachados de Miami e outras praças do grande capital.
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Ambos eventos ocorrem quando as grandes corporações transnacionais e seus associados locais,junto com o aparato de mídia, intensificam sua campanha difamatória, utilizando massivamente jornais, televisão, rádio e as redes sociais da internet, com o fim de provocar levantes e derrocar seus governos. Isolados da população e seus governos, cuja maioria, inclusive do Brasil, Argentina, Cuba, Uruguai, Bolívia, Equador, Nicarágua e outros, já anunciaram sua presença e respaldo no ato pró-Chávez, esses setores, tradicionalmente vinculados aos golpes militares mais truculentos que ensanguentaram a América Latina nas últimas décadas, agarram-se à guerrilha de boatos e intrigas, que vão se revelando cada vez mais ridículos e desacreditados. De nada adiantaram seus factoides nem a ajuda de instrumentos do nazismo e do fascismo, como o jornal ABC, ,da Espanha, o Clarín e La Nación, da Argentina, a Globovisión, da Venezuela e a revista Veja, do Brasil, além logicamente dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, à frente a CIA, no desespero de derrocar Hugo Chávez e Cristina Kirchner, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva, José Mujica, Evo Morález, Rafael Correa e Daniel Ortega.
Esses presidentes continuam cada vez mais seguros e contando com o respaldo de seu povo, como demonstraram as recentes eleições, na Argentina, quando Cristina Kirchner foi reeleita com 54% (a candidata do grupo Clarín, a deputada Elisa Carrió só conseguiu 1% dos votos) , quando as pesquisas do establishment, chegaram a situá-la como tendo somente 19% de aprovação governamental; de Hugo Chávez, com 55%, sendo que majoritário em 21 dos 23 estados da federação. Mais recentemente, em 16 de de dezembro último e com todos os boatos sobre a doença presidencial, o bolivarianismo foi vencedor em 20 dos 23 estados, arrebatando da oposição cinco unidades importantes, como Zulia e Carabobo. No Brasil, a coalizão governamental quase varreu do mapa o PSD e o Democratas, ligados à direita e ao império midiático, sob a liderança do PT, que, mesmo debaixo da maior perseguição jornalística e judiciária, fez a maioria dos votos e das prefeituras, inclusive a de São Paulo, a maior cidade da América Latina e antes baluarte dos pessedebistas. Os tempos, decididamente são outros, porque, como diz Hugo Chávez, a política a passou a ser feita pelo povo organizado en la calle.