https://youtu.be/UZi6cEMsrHU O Jornal do Brasil, JB para os íntimos, marcou época na imprensa brasileira, principalmente pela maneira que tratava a notícia. Longe do facciosismo e da intolerância que marcam os dias de hoje, a redação do JB procurava retratar a realidade a partir de um ponto de vista factual. E o fazia com extrema elegância e até um certo lirismo.
Seus jornalistas e patrões, quaisquer que fossem as posições ideológicas e injunções empresariais de cada um, priorizavam os fatos, antes de mais nada.
A poesia desses profissionais – jornalistas, escritores, artistas plásticos e outros sonhadores que sofreram com a censura política, a auto-censura, os desmandos e a megalomania dos patrões, ainda produziu outro efeito colateral: uma certa revolução na cultura e mesmo nos hábitos daquele Brasil que parece não voltar mais.
Parece que estamos falando de um jornal alternativo. Nada, o JB pertencia à grande imprensa, ou mídia hegemônica, como dizemos hoje. Estava sujeito às pressões do poder e dos negócios, mas sempre fazia prevalecer o amor pela notícia.
O jornalista Cézar Motta, 68 anos, ex-JB, ex-O Globo, ex-TV Globo, ex-Veja, é o nosso entrevistado de hoje. Ele nos conta como pôs a mão nesta história, que rendeu num livro de 564 páginas, recentemente editado pela Objetiva. Seu título: “Até a última página – Uma história do Jornal do Brasil”.
Minucioso e detentor de farto material, cedido pelos donos do jornal e testemunhos vivos de mais de uma centena repórteres e editores, políticos e administradores, ele nos relata, como era este grande jornal, por muitos considerado como um The New York Times ou um Le Monde brasileiro.