(Publicado originalmente em Qui, 27 de Novembro de 2008 13:54)
(Do Site do Globo) Pouco mais de dois anos depois de ser libertado da prisão americana em Guantánamo, o alemão de origem turca Murat Kurnaz diz com segurança que foi preso por paquistaneses ávidos pela recompensa oferecida pelo governo dos Estados Unidos a quem entregasse suspeitos de terrorismo. Na próxima segunda-feira, sete anos terão se passado desde que ele foi preso, aos 19 anos, quando ia para o aeroporto de onde voltaria à Alemanha. Hoje, aos 26, ele conta no livro “Cinco anos de minha vida” (Editora Planeta) que foi vendido a americanos por US$ 3 mil, levado para o Afeganistão e depois enviado para o “campo de tortura americano” em Cuba.
Em entrevista de Bremen, por telefone, ao site do GLOBO, Kurnaz diz que não teve medo de embarcar para a cidade paquistanesa de Karachi poucas semanas depois dos ataques de 11 de setembro. Ele conta que não imaginava que três dias depois – em 7 de outubro de 2001 – os EUA começariam a invasão do Paquistão, e culpa o atual ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, por sua estada prolongada em Guantánamo. O alemão foi o primeiro ex-prisioneiro de Guantánamo a falar ao Congresso americano por meio de vídeo-conferência. (Continua no Globo)