Cinco presidentes latinoamericanos, entre eles, Lula, do Brasil, e Chávez, da Venezuela, participarão do Fórum Social Mundial, em Belém do Pará. Os presidentes, seguem ainda Evo Morales, da Bolívia, Fernando Lugo, do Paraguai, e Rafael Correa, do Equador, serão indagados sobre as duas questões cruciais do encontro:
A falência do sistema financeiro mundial e a busca de alternativas de desenvolvimento sustentável.
A ocasião é especialmente importante, em face da multiplicação do desemprego. Só ontem multinacionais como Microsoft, Cartepillar, Phillips e Print Nextel, anunciaram 86 mil demissões de funcionários, num crescendo que poderá superar os 20 milhões de desempregados no mundo, segundo previsões de analistas.
Programação – (Agência Brasil) Uma caminhada pelas ruas de Belém vai abrir o Fórum Social Mundial (FSM), que começa hoje, 27, e vai até domingo, na capital paraense. Na abertura, uma cerimônia com atabaques africanos e cantos indígenas simbolizará a passagem entre a última edição centralizada do FSM em 2007, em Nairóbi (Quênia), e a atual, na Amazônia.
A organização espera reunir 100 mil pessoas na caminhada. O percurso, de cerca de quatro quilômetros, parte do cais do porto, na Baía do Guajará, e inclui algumas das avenidas mais importantes e movimentadas de Belém até a Praça do Operário. Parte das vias de acesso já está interditada e um palco foi montado no local.
Durante o trajeto, movimentos sociais e organizações da sociedade civil deverão fazer protestos e manifestações, como a apresentação de uma bandeira palestina de mais de três metros em defesa dos civis da Faixa de Gaza, em conflito com Israel. Partidos políticos, movimentos sociais, entidades sindicalistas e estudantis e organizações ambientalistas também deverão levar suas bandeiras para a marcha.
Deve chover na capital paraense. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê tempo nublado a encoberto, com pancadas de chuva, mas a temperatura deve atingir 30 graus à tarde.
A romaria dos movimentos sociais vai terminar em festa. De acordo com a organização, o palco vai receber apresentações culturais de diversas etnias indígenas do continente sulamericano. O policiamento vai ser reforçado por homens da Força Nacional de Segurança, que estão em Belém há mais de uma semana.
Até domingo, a organização do FSM espera reunir até 120 mil pessoas de 150 países. Estão previstas mais de 2,4 mil atividades nas universidades Federal do Pará (UFPA) e Federal Rural da Amazônia (Ufra), onde o fórum será realizado.
Objetivos – Entre os objetivos do Fórum, segundo a organização, estão a construção de um mundo de paz, justiça, ética e respeito pelas espiritualidades diversas; livre de armas, especialmente nucleares; luta pela ampliação e descolonização de conhecimento, cultura e comunicação; pela criação de um sistema compartilhado de saberes e pela defesa da natureza como fonte de vida no planeta Terra.
Antes mesmo da abertura do Fórum Mundial, nesta segunda-feira, 26 realizou-se o Fórum Ecumênico das Águas, que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), promovem na Universidade da Amazônia: um amplo encontro e espaço de reflexão espiritual, social, cultural e econômica sobre a água em suas múltiplas dimensões.
O Fórum Social Mundial terá também tendas temáticas. Uma delas é a “Tenda Ir. Dorothy”, idealizada pelas Pastorais Sociais da CNBB, o Regional Norte 2 da CNBB e a Cáritas Brasileira, que tem como tema: “Discípulos-missionários, acreditamos que outro mundo é possível”. Outra tenda é a que representa os povos indígenas, onde se discutirá temas como a demarcação de terras e grandes projetos econômicos que afetam as comunidades e a preservação ambiental. Cerca de dois mil índios do Brasil e de outros países da região amazônica vão participar desta edição do Fórum Social Mundial.
O Encontro nasceu no Brasil em 2001. A primeira edição foi realizada em Porto Alegre. Ele se estende a quase todos os países da América do Sul e de outros continentes.