Por FC Leite Filho
O golpe de 2016, no Brasil, contra Dilma Rousseff, é apenas um episódio, ainda incruento, da formidável operação para o domínio total do planeta. Devastando povos e países antes prósperos e inclusivos, como o Iraque, a Líbia, a Síria, a Ucrânia e outros menos visíveis, esta arremetida dos Estados Unidos e Europa, visando o petróleo e outros recursos naturais, agora lança seus tenazes sobre a América Latina. Aqui, os povos também haviam iniciado, em 1999, como os do Oriente Médio, um processo de emancipação e conquistas sociais, a partir dos governos populares de Lula, Chávez, o casal Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega.
No afã de destruir tudo e muito rápido, largando no caminho milhões de mortos e mutilados, este operativo de grandes proporções, acabou, igualmente, produzindo uma situação caótica generalizada, de que é exemplo mais significativo o Estado Islâmico (ISIS), hoje incontrolável pelas próprias potências ocidentais, que o conceberam, mas que insistem em cevá-los com armas, estratégia e dinheiro a rodo. Daí “A Desordem Mundial”, título, muito a propósito, do novo livro do politólogo brasileiro Luiz Alberto Moniz Bandeira, que se projetou como um dos mais argutos analistas internacionais, desde em 1973. Neste ano, lançou “Presença dos Estados Unidos no Brasil”, um clássico depois seguida de outras vinte obras sobre golpes de Estado na América Latina e outras atrocidades institucionais no resto do mundo.
Ativista, inclusive, nas redes sociais, Moniz Bandeira alia sua erudição e poderosa pesquisa acadêmica, de que muito lhe serviu a militância política, com várias prisões e exílio depois do golpe militar de 1964, para alertar o mundo, desde sua residência na Alemanha, onde vive há vinte anos. Ou, como diz o professor Michael Löwy, do Centro Nacional de Pesquisas Científicas, de Paris, Moniz “nos dá preciosas armas intelectuais para entende e enfrentar esse poderoso adversário”.
Löwy, que assina a orelha de “A Desordem Mundial”, de 700 páginas, editada pela Civilização Brasileira, e que, em julho, promete estar nas livrarias, considera o livro “um excelente diagnóstico da lógica destrutiva e do desejo total de dominação dos Estados Unidos”.
Lembra o cientista social parisiense, velho companheiro acadêmico do autor, que “A Desordem Mundial”, acompanhada dos subtítulos “O espectro da total dominação – guerras por procuração, terror, caos, catástrofes humanitárias”, é “baseada em formidável documentação, pesquisas de arquivos, trabalho de formiga de um autêntico cientista social”. “É, ao mesmo tempo, literatura de combate contra um adversário tenaz e poderoso”, conclui Michael Löwy. Enfim, um livro que promete explicar muito do que está por trás do golpe contra a Dilma e as arremetidas contra a Argentina, Venezuela, Bolívia, Equador e Nicarágua, nossos vizinhos e parceiros indispensáveis no processo de emancipação política e econômica, que mal havíamos começado.
P. S. O autor nos prometeu uma entrevista pelo Skype, tão logo de se recupere de uma cirurgia no maxilar. Por enquanto, o caro internauta poderá conhecer as posições do nosso personagem no diálogo que entretivemos em agosto de 2013:
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A Desordem Mundial,
Autor: Luiz Alberto Moniz Bandeira
Editora Civilização Brasileira
Previsão de estar nas livrarias: julho de 2016
Os brasileiros intelectuais no Brasil omitem aspecto internacional neste golpe
A ida do senador Aloysio Nunes(o mesmo Matheus da ALN), aos EUA em 18 de abril de 2016(onde alguns anos antes não poderia entrar por ser considerado terrorista), após a senha do golpe comandada pelo energúmeno Eduardo Cunha, em 17 de abril, precisa ser melhor investigada. O crime de traição nacional não está tipificado em nossa legislação, na CF e legislação complementar e ordinária ? O crime de formação de quadrilha para realizar intentos golpistas para subordinar o país ao Centro de Poder hegemônico com centenas de bases militares espalhadas pelo mundo, não está contemplado no Código Penal? Forças externas conseguiram implodir a União Soviética e expandir a área de influência da OTAN. Nesta crise prolongada do capitalismo mundial, a ocupação do Brasil para anular sua soberania exigia um golpe de Estado e a derrocada do Estado de Direito. Capital financeiro, alimentado por mais de cerca de 1 trilhão de dólares da chamda dívidapública rolada, sem auditoria, a grande mídia oligopolizada com pauta única, e o Judiciário venalizado, omisso e cúmplice, pela ação de marajás da república e, provavelmente, por “off-shores”, como a do JB, um Poder Legislativo desmoralizado e assalariado de fontes externas(o Cunha sabe quais) e um Poder Executivo usurpador , todos canalhas da República, que querem converter mais de 200 milhões de brasileiros em escravos e alienar a posse de suas riquezas naturais, pelos EUA e Cia. A América Latina vai arder e imolar-se pelo seu destino nesta década. A dignidade e o bem estar de sua população está em jogo.