(Publicado originalmente em Wednesday, July 25, 2007, 10:18 AM)
O Governo deve estar rindo (escondido, porque pode ser flagrado pela mídia no júbilo, como ocorreu com o assessor Marco Aurélio Garcia) com a notícia do Globo só para assinantes) de hoje de que a TAM e a GOL estão com margens de lucros entre as maiores do mundo: 7,5% e 12,7% respectiamente. No mesmo jornal, página 9, há duas pessoas indiganadas (desta vez, não com o governo, o vilão mais fácil de encontrar) com o tratamento que recebem dessas ricas companhias:
– Mary Ruth Dunkims, missionária americana de 53 anos, obrigada a, depois de 25 horas de vôo e aeroporto, viajar oito horas num ônibus da TAM, de São Paulo a Uberlândia: “Não nos pagaram sequer um almoço”, disse ela.
– Luciana Alves dos Santos, administradora, que acompanha o filho Rodrigo de seis anos, acometido do Pânico da Síndrome de Alagille(doença genética, que afeta fígado, coração). sua queixa: “Não temos onde ficar em São Paulo nem pagar as despesas de hospedagem e alimentação. A empresa (a GOL) se recusa, embora tenha recebido pela nossa passagem.
Enquanto isso , as empresas de aviação se esbaldam em lucros fenomenais: Diz a reportagem, também de hoje, da Folha de S. Paulo (só para assinantes):
“O aeroporto de Congonhas é uma “mina de ouro” para a TAM, Gol e Varig, donas de 91,9% do tráfego aéreo no país. Nos últimos anos, o uso intensivo de Congonhas como estratégia central das empresas multiplicou a lucratividade.
– No ano passado, a TAM aumentou seu lucro em 174%, para R$ 555,9 milhões. A Gol, em 62%, para R$ 684,5 milhões.
Dos 140 aeroportos brasileiros, Congonhas proporciona sozinho cerca de 30% a 35% das receitas das duas companhias, segundo estimativas de analistas e da própria TAM (no caso de sua participação). A Gol não divulga esse percentual.
– Vôos de até duas horas de duração partindo ou chegando a Congonhas proporcionam, segundo analistas, duas vezes mais rentabilidade às empresas do que outros aeroportos. São, basicamente, rotas de executivos viajando a negócios.
Das grandes companhias, a TAM é a mais dependente de Congonhas: 22% de seus vôos passam pelo aeroporto”.
Veja também:
Uma reflexão sobre a tragédia de Congonhas