http://youtu.be/GW91gRSnf0M Em entrevista ao Café na Política, o politólogo Moniz Bandeira, que vem de lançar o livro A Desordem Mundial, pela Civilização Brasileira, conclui que os Estados Unidos já perderam a guerra na Síria e na Ucrânia. Por isso, se metem agora a derrubar os governos progressistas do Brasil, Argentina e Venezuela.
Esta que também é a conclusão, ao longo de sua obra de 20 livros, todas interligadas, inclusive da penúltima, A Segunda Guerra Fria, prevê a ascensão da Rússia no cenário mundial. Em seu presidente, Vladimir Putin, o autor vê um player determinante, particularmente porque, como diz, exerce a diplomacia, coisa que não encontra entre os norteamericanos, mais voltados para impor o seu poderio:
“A desordem mundial” – explica – “continua na Síria, na Ucrânia, Oriente Médio e Eurásia. Os Estados Unidos estão entalados e virtualmente perderam a batalha, tanto na Ucrânia quanta na Síria. O Bashar Assad não cai porque a Rússia não deixa e o Putin não vai devolver nem a Crimeia, nem Lugansk nem Donetsk”.
Sobre o regime confiado a Michel Temer, no Brasil, Moniz diz ser produto de uma mexida do xadrez internacional, pelos EUA, que, “sangrando na Síria” e perdendo respaldo na Europa, inclusive da Alemanha, inclinou-se para tomar de volta os países chaves da América Latina.
Eles não permitiam a aproximação do Brasil com a Rússia e a China, através do BRICS, enquanto o capital financeiro estava insatisfeito com as políticas independentes da Argentina e da Venezuela. “No Brasil”, diz Moniz, nesta entrevista a FC Leite Filho, “o golpe começou com as manifestações de 2013, promovidas pelas ONGs financiadas pelas Fundações George Soros, NED, USAID”. Na Argentina, houve a vitória eleitoral, em 2015, patrocinada pelo grande capital, e, na Venezuela, se tenta a derrubada do presidente NIcolás Maduro pelo fomento do caos econômico.
Por fim, Moniz Bandeira critica a falta de gerenciamento dos governos populares , tanto por parte do PT, no Brasil, como dos Kirchner, na Argentina, quanto de Chávez e Maduro, na Venezuela. Este inconveniente teria, segundo diz, facilitado a ação golpista.
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