Neste domingo, 12 de janeiro, uma grande manifestação em várias cidades do México pretende mobilizar o país contra o muro prometido por Trump para separar fisicamente a fronteira de 3.200 quilômetros com o Estados Unidos, os tratados de livre comércio e outros subprodutos da globalização.
Para abordar o assunto, o Café na Política conversou com o politólogo e analista Salvador Briceño. Suas conclusões: o muro já existe e não é apenas físico, mas especialmente se reflete na separação econômica ditada pelas grandes diferenças entre seu país e os Estados Unidos. Ele responsabiliza os últimos presidentes neoliberais – Fox, Calderón e atualPeña Netto – por terem se mostrado fracos e submissos diante das pressões do gigante do norte.
Para ele, o México é uma vítima da globalização (os mexicanos sofrem no momentocom o gasolinaco, um aumento de 20% na gasolina para uma inflação de 3 a 4%, provocado pelo processo de privatização da petroleira estatal Pemex) e dos instrumentos que o obrigaram a assinar tratados lesivos à sua população, com o NAFTA, no qual também se inclui o Canadá.
Briceño ainda se manifesta cético quanto às próximas eleições presidenciais de 2018, ainda que existam candidatos alternativos como Andrés Manuel López Obrador, que defende um modelo alternativo ao neoliberalismåo. É que, como ele explica, o poder econômico ainda é muito forte e pode comprar votos e manipular o sistema eleitoral.