domingo, novembro 24, 2024
InícioAmérica LatinaEvitando Davos, Dilma vai a Porto Alegre, Cuba e Haiti

Evitando Davos, Dilma vai a Porto Alegre, Cuba e Haiti

Porto Alegre (Por Beto Almeida) – A presidenta Dilma Rousseff não foi ao Fórum dos Banqueiros em Davos, na Suíça, e veio a Porto Alegre participar do Fórum Mundial Alternativo Temático, onde disse que as fórmulas europeias para a crise são fracassadas e que o outro mundo possível está sendo construído pelos governos populares da América Latina. Disse que é cada vez maior a distância entre o mercado e as vozes das ruas…..Dilma citou a Revolução dos Cravos, de Portugal, lembrando que “o povo é quem mais ordena”, como diz a canção Grandola, Vila Morena!!!

Disse ainda que economia sustentável é mais salário, mais emprego, mais indústrias, mais estado, políticas sociais de proteção aos mais miséráveis e integração soberana com a América Latina e Caribe. Daqui ela vai para Cuba e Haiti anunciar novos investimentos lá, inclusive para o Porto de Mariel, o maior do Caribe e uma hidrelétrica no Haiti, construída pelo Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro.

Depois há quem tente vaiá-la, como aqui houve, e quem não entenda a sua popularidade

Não sujeição aos mercados
(Por Carta Maior) Em discurso no Fórum Social Temático, Dilma Rousseff usa crise europeia para atacar escalada contra direitos sociais patrocinada pelo ‘mercado’ e vê risco à democracia. Brasil e América Latina dariam exemplo oposto, com ‘esforço do povo e seus governos’. Presidenta também defende Palestina na ONU e mundo multipolar, diante de ampla platéia favorável.
André Barrocal

Porto Alegre – A presidenta Dilma Rousseff participou nesta quinta-feira (26) de um ato público no Fórum Social Temático com um discurso crítico ao neoliberalismo e à ameaça que a derrocada dele representa para a democracia. Ao mesmo tempo, Dilma exaltou a alternativa política construída na última década no Brasil e em países latino-americanos, hoje em situação mais confortável em meio à crise global.

Para atacar o neoliberalismo, grande inimigo da militância e dos criadores do Fórum Social, Dilma aproveitou o que se vê hoje em países europeus com problemas de dívida e recorreu à memória do que foram os anos 90 no Brasil e na América Latina.

Segundo Dilma, “receitas fracassadas estão sendo novamente propostas na Europa”. Lá, o “mercado”, que foi responsável pela crise, tenta arrumar uma solução para si (receber o pagamento da dívida de que é credor) à custa do interesse popular, propondo e conseguindo emplacar soluções como redução de direitos sociais e trabalhistas.

O resultado desta aplicação concentrada de neoliberalismo será a estagnação, algo que não ajuda a dar às pessoas esperança de um futuro próximo melhor. Para Dilma, desemprego e desigualdade social são “particularmenrte cruéis” em nações ricas, pois suprimem direitos já existentes, ou seja, as pessoas conhecem o que gosto do que estão lhe tirando.

“O mundo do pós-neoliberalismo não pode ser o mundo da pós-democracia”, afirmou a presidenta, mencionado “xenofobia e autoritarismo” como efeitos deletérios deste “pós-neoliberalismo”. “A dissonância entre a voz do mercado e a voz das ruas parece aumentar cada vez mais nos países desenvolvidos, colocando em risco não apenas conquistas sociais, mas a própria democracia.”

Brasil e América Latina estariam dando exemplo oposto, na avaliação de Dilma, desde a chegada ao poder de políticos e partidos identificados com o espírito do Fórum Social. Enquanto na Europa a “chaga social” do desemprego, da desigualdade e da pobreza cresce e a economia patina, nos países latino-americanos é contrário.

Segundo a presidenta, a região foi capaz de mostrar que “um outro mundo é possível”, como diz o slogan do Fórum Social, construindo “alternativas progressistas e democráticas” contra “preconceitos político-ideológicos” que prevaleceram nos anos 80 e 90 e “inflingiram” um “modelo conservador”. “Nossos países hoje não sacrificam suas soberanias a pressões de potências e grupos financeiros ou agências de classificação de risco.”

Dilma fez questão de enfatizar que a construção do modelo alternativo é fruto de escolhas que estão postas, e não obra do acaso. Ou seja, há deciões políticas por trás. “O lugar que o Brasil hoje ocupa no mundo não é consequencia de nenhum milagre econômico, como aconrtecia no passado”, disse ela, em referência às elevadas taxas de crescimento durante a ditadura militar. “É resultado do esforço do povo brasileiro e de seu governo, que souberam lutar. O Brasil hoje é um outro país”, completou a presidenta, num dos momentos em que foi mais aplaudida.

O ginásio Gigantinho, em que ocorreu o ato, recebeu cerca de 5 mil pessoas, segundo a polícia. Em sua grande maioria, simpáticas à presidenta, embora houvesse um grupo visualmente bem minoritário algo hostil à presidenta, a reclamar do novo Código Florestal em votação no Congresso e do caso Pinheirinho.

O ginásio estava tomado por faixas de PT, PMDB, PSB e PCdoB, partidos que esão no governo, e de entidades com inclinação governista, como as centrais sindicais CUT, CTB e CGTB. O grupo mais crítico a Dilma tinha um cartaz assinado pelo PSOL.

No discurso, Dilma voltou a defender o reconhecimento da Palestina pelas Nações Unidas, como já tinha feito na abertura da Assembléia Geral da ONU em setembro do ano passado. Disse que os BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – lutam por uma “nova ordem mundial, multipolar”, em que o poder está mais dividido. Afirmou que o governo continuará apostando nas relações Sul-Sul, ou seja, com países mais pobres.

E não deixou de mencionar o padrinho e mentor, o ex-presidente Lula, que, segundo ela, foi o responsável por começar a fazer o Brasil a “desatar o grande nó” da exclusão social.

Dilma encerrou o discurso com frases bem escolhidas para impactar o público que a ouvia. Segundo ela, não são só as ações que movem o mundo, mas também a esperança, daí a importância de espaços como o Fórum Social, nascido exatamente de uma esperança – barrar o neoliberalismo tão criticado pela presidenta. “Foi a esperança que moveu a minha geração. Valeu à pena, disse Dilma. “Eu tenho certeza de que um outro mundo é possível.”
Fotos: Valter Campanato/ABr

leitefo
leitefo
Francisco das Chagas Leite Filho, repórter e analista político, nasceu em Sobral – Ceará, em 1947. Lá fez seus primeiros estudos e começou no jornalismo, através do rádio, aos 14 anos.
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Most Popular

Recent Comments

PAULO ROBERTO DOS ANJOS OLIVEIRA on Próximo factoide: a prisão do Lula
cleonice pompilio ferreira on Golpe de 64: quando Kennedy chamou os militares
José rainha stedile lula da Silva Chávez on Projeto ditatorial de Macri já é emparedado nas ruas
maria teresa gonzalez perez on Crise e impasse institucional
maria teresa gonzalez perez on La Plata: formando um novo tipo de jornalista
maria teresa gonzalez perez on Maduro prepara Venezuela para a guerra civil
maria teresa gonzalez perez on Momentos emocionantes da apuração do 2o. turno
Pia Torres on Crítica do filme Argo
n_a_oliveira@hotmail.com on O que disse Lula a Mino Carta, meus destaques
José Gilbert Arruda Martins on Privatizações, novo filme de Sílvio Tendler
Maria Amélia dos Santos on Governador denuncia golpe em eleição
Prada outlet uk online on Kennedy e seu assassinato há 50 anos
http://www.barakaventures.com/buy-cheap-nba-indiana-pacers-iphone-5s-5-case-online/ on Oliver Stone em dois documentários sobre Chávez
marcos andré seraphini barcellos on Videoentrevista: Calos Lupi fala do “Volta Lula”
carlos gonçalves trez on Crítica do filme O Artista
miriam bigio on E o Brasil descobre o Oman
Rosana Gualda Sanches on Dez anos sem Darcy Ribeiro
leitefo on O Blogueiro
Suzana Munhoz on O Blogueiro
hamid amini on As razões do Irã
leitefo on O Blogueiro
JOSÉ CARLOS WERNECK on O Blogueiro
emidio cavalcanti on Entrevista com Hermano Alves
Sergio Rubem Coutinho Corrêa on El Caudillo – Biografia de Leonel Brizola
Stephanie - Editora Saraiva on Lançamento: Existe vida sem poesia?
Mércia Fabiana Regis Dias on Entrevista: Deputada Luciana Genro
Nielsen Nunes de Carvalho on Entrevista: Deputada Luciana Genro
Rosivaldo Alves Pereira on El Caudillo – Biografia de Leonel Brizola
filadelfo borges de lima on El Caudillo – Biografia de Leonel Brizola