A Televisa é a maior rede de língua espanhola e, como ocorre com suas similares brasileiras e no resto da América Latina, costuma favorecer os candidatos presidenciais conservadores e denegrir os de esquerda.
Agora, a menos de um mês das eleições no México, sede da Televisa, de propriedade do bilionário Carlos Slim, dono no Brasil da Claro e da Embratel, o jornal The Guardian, de Londres, publicou extenso material com base em arquivos de computador vinculando “negócios sujos” ao favorito a presidente, Henrique Peña Nieto, do PRI, então governador do México na eleição de 2005, e em detrimento de Andrés Manuel Obrador, do oposicionista PRD.
Obrador, antecessor de Peña no governo da capital, perdeu a eleição naquela época para o atual presidente Felipe Calderón, do PAN, por uma percentagem mínima de votos, e é agora o segundo candidato nas pesquisas, já tendo ultrapassado a candidata do governo, Josefina Vásquez, do PAN.
Redes Sociais – O esquerdista Andrés Obrador começou a atual campanha em quarto lugar, mas, graças a uma campanha massiva de esclarecimentos através das redes sociais da internet, impulsionada por estudantes do Movimento 132, aproxima-se perigosamente do favorito.
Agora, os documentos do Guardian afirmam que a Televisa vendeu “cobertura favorável” em seus programas de notícias e de entretenimento e usou esses mesmos espaços para satanizar Obrador, em 2005.
O jornal britânico disse que um antigo executivo da Televisa foi quem lhe forneceu os vários documentos e e-mails, com o nome de Yessica Lamadrir, na época executiva da empresa de conteúdos audiovisuais Radar, vinculada à Televisa, e amante de Peña Neto
A estratégia da rede de Televisa fou em “desmontar a percepção pública de que López Obrador é um salvador”, aumentando a cobertura de notícias sobre delinquência na capital mexicana (na época do governo de Obrador) e destacando os casos de corrupção de seus colaoradores. O plano ainda incluía a transmissão de “programas especiais sobre crimes sofridos na capital por parte de celebridades do mundo do espetáculo”
Veja também:
A reportagem do Guardian (em inglês)