O 60º Aniversário do Assalto ao Quartel Moncada, o início da Revolução Cubana, liderada por Fidel Castro, será celebrado em ato público, nesta quarta-feira (24/07/2013), às 18:30 horas na sede da Fundação João Mangabeira, em Brasília, no Lago Sul, SHIS, QI 05, Conjunto 02, Casa 02. Participam da organização e convocação do evento o Movimento de Solidariedade a Cuba, movimento sociais, partidos políticos, Comitê pela Libertação dos 5 Cubanos, entre outras entidades e organizações (Seguem abaixo artigos de Fernando Mousinho e Eduardo Palomares Calderón).
Clique para vídeo e texto de entrevista de Fidel Castro: La estrategia del Moncada
Neste assalto, reprimido pelas forças leais ao ditador Fungencio Batista, Fidel Castro, um advogado das lutas sociais, então com 27 anos, foi preso, juntamente com Raul Castro, seu irmão e outros companheiros revolucionários, sendo absolvidos dois anos depois, por forte pressão popular. Fidel fez sua própria defesa, pronunciando o célebre discurso ” A História me absolverá”. A partir dali o Movimento, que denominou 26 de Julho, passou a atuar dentro e fora de Cuba, para tornar-se vitorioso, agora com a presença do heroi argentino Che Guevara, no dia 1o. de janeiro de 1959.
Ocorrido na cidade histórica de Santiago de Cuba, o assalto ao Quartel da Moncada, assim como o 4 de Fevereiro de 1992 de Hugo Chávez, na Venezuela, é o ato revolucionário ocorrido em 1953 (seis anos antes da vitória final em 1959), que deu a largada para a última e definitiva etapa das lutas pela independência nacional travada pelo povo cubano desde 1886 e que propiciou a derrubada da ditadura de Fulgência Batista, em 1959.
O discurso de Pepe Mujica
À frente do assalto ao Quartel Moncada, em Santiago de Cuba, estavam os comandantes Fidel e Raul Castro que, a aprtir daquele feito e com a criação do Movimento 26 de Julho, lideraram o povo cubano à ruptura com o sistema capitalista, o que influenciou os povo do mundo. A revolução ocorrida em Cuba estimulou o crescimento de movimento revoliucionários e de libertação nacional na América Latina, África e Ásia.
A vitória do Moncada
Por Fernando Mousinho (PSB-DF)
As indispensáveis tarefas de preparação da recepção de homens e de armas enviadas de Havana, assim como todo trabalho de mobilização, couberam a Abel Santamaria. O segundo homem do movimento que antecipadamente transferira-se da capital para Santiago de Cuba.
Os preparativos do assalto ao Quartel de Moncada naquele glorioso 26 de julho de 1953 mobilizara em torno de 1.200 revolucionários, para a ínfima quantidade de 150 ou 160 armas. Desproporção tal que exigiu uma severa seleção dentre os mais bem preparados.
O fardamento era o do exército e as patentes de sargento, para confundir o inimigo. Usavam sapatos, e não botas, para reconhecerem-se uns aos outros. O boné e todo o resto era militar, o que cobrou enorme trabalho de confecção. A ideia era criar uma confusão descomunal, antes que as outras unidades se dessem conta do que acontecia. Seria simulado um levantamento de sargentos.
O plano incluía ainda, enganar a reação utilizando sargentos prisioneiros que, ao telefone, falariam com seus superiores e com todos os demais sargentos de Santiago, para subordiná-los ou pelo menos ganhar tempo.
Previa também tomar a guarita principal e o Estado Maior do quartel. Assim como o Palácio da Justiça e o hospital civil.
As armas tomadas ao quartel seriam distribuídas ao povo instalado em diversos prédios da cidade, de onde se organizaria a defesa para enfrentar o contra-ataque. Ao mesmo tempo seria deflagrada uma greve nacional geral.
Nesse contexto, é muito importante salientar o papel das mulheres cubanas, as quais, hoje e sempre, desempenharam papel essencial em todo processo histórico revolucionário da Ilha. Melba Hernández e Aidé Santamaria, por exemplo, durante vários dias introduziram em Santiago de Cuba, por vias diferentes – estrada de ferro, rodovia e etc -, malas contendo armas. Malas tão enormes e pesadas que, certa ocasião, um gentil soldado batistiano ajudou a carregá-las.
Finalizo lembrando que o assalto ao Quartel de Moncada não foi em vão. Ao contrário. O triunfo da Revolução Cubana foi a vitória do Moncada, pois, pela primeira vez na história de Cuba, as promessas feitas ao povo foram cumpridas: o problema da terra, o problema da industrialização, o problema da moradia, o problema do desemprego, o problema da educação e o problema da saúde do povo.
Ou seja, os primeiros anos da Revolução foram dedicados ao cumprimento dos seis pontos do Programa do Moncada.
Santiago veste-se de Gala (Transcrito do site Pátria Latina)
Eduardo Palomares Calderon/Granma
Santiago de Cuba – Símbolo da força das ideias arvoradas pela Geração do Centenário liderada por Fidel, o 60º aniversário do ataque aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes terá lugar no dia 26 de julho na que foi considerada a segunda fortaleza militar do país.
A Cidade Escolar 26 de Julho, após ficar como nova, mediante os trabalhos de recuperação das afetações ocasionadas pelo furacão Sandy, continua se embelezando para tão significativa celebração. No polígono de cerimônias delimitado pelos muros recém pintados e os reverdecidos jardins já se podem ver a ampla tribuna a ponto de ser terminada e as dez mil cadeiras que ocuparão os moradores de Santiago de Cuba, escolhidos em seus coletivos de trabalho e pelas organizações de massa. Também já está quase pronto o sistema de áudio e luzes.
No que foi o hospital Saturnino Lora, ocupado pelo grupo de Abel Santamaría, será inaugurado, nas próximas horas, um belo parque biblioteca-museu, enquanto que o Palácio da Justiça, ocupado pelo comando de Raúl Castro, exibe todo seu esplendor.
A Avenida dos Libertadores tem no trecho dos bustos dos generais santiagueiros da Guerra de Independência amplas calçadas, novos bancos e pontos de ônibus com teto, jardins e árvores recuperadas, lampiões e um completo sistema de sinalização.
Completa o coração da área monumental 26 de Julho, a bela galeria Arte Soy, para obras de grande formato, aberta há poucos dias ao público com o Salão Nacional de Artes Plásticas Aniversário 60 do Moncada, no outrora Quartel de Concha, do exército colonialista espanhol.
Como parte da reanimação da populosa rua Enramadas, no que foi um estacionamento abandonado ficou inaugurado o Projeto Espiral, singular instalação donde poderão ser adquiridas as melhores ofertas do Fundo Cubano de Bens Culturais, Artex, a EGREM, Casa das Américas, e de artesões independentes.
No total somam mais de 150 as obras que os santiagueiros têm dedicado à gesta moncadista.