Um raciocínio simples pode expressar as preocupações dos parlamentares: quem vai suceder a Dilma, no caso do impeachment? O Michel Temer? Terá o vice-presidente autoridade moral e pulso firme para domar a crise? Ah não, ele vai chamar o Serra para ser o superministro da Fazenda. Ah, mas o Serra vai aplicar o pacote fiscal do FMI, para o qual todo este golpe está sendo preparado? Ele, que é candidato em 2018, vai querer virar o nosso Domingos Cavallo, da Argentina, que levou à rebelião popular de 2001, junto com a queda de cinco presidentes, em menos de uma semana? Então a Dilma disse hoje aos juristas legalistas que foram saudá-la, no Palácio do Planalto: “Jamais renunciarei e vou lutar contra o golpe”. E bem sabemos que Dilma não é nenhuma doidivanas nem ingênua. Ela sabe do desassossego do Congresso, apesar de toda a pirotecnia da comissão do impeachment.
Golpe: o Congresso pensa duas vezes
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