Brasileiros na Argentina contra o golpe em Dilma

0
2045

Vídeo da nossa correspondente em Buenos Aires Helena Iono – Brasileiros residentes na Argentina disseram não ao golpe contra a sua presidenta no Brasil. Estudantes e jovens trabalhadores, marcharam junto à grande manifestação dos argentinos na Praça de Maio, no dia 24 de março, homenageando os 40 anos da última ditadura naquele país.
Vários manifestantes de outros países se fizeram presentes com a consciência de que é preciso juntar braços contra este retrocesso golpista em toda a América Latina.

Os jovens estudantes brasileiros na Argentina que não haviam nascido em 1976, nem em 1964 no Brasil, demonstraram que, apesar da guerra midiática, a experiência se propaga através da história escrita, da militância coletiva e da memória social.
Os brasileiros residentes na Argentina se solidarizam com o seu povo, no dia 31 de março na defesa da legalidade, contra o golpe jurídico-midiático e parlamentar no Brasil, contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e pela defesa de Lula da Silva, para preservar um Brasil mais justo e solidário com os mais necessitados, soberano, dono da sua terra e do seu petróleo, e unido aos irmãos e governos progressistas da América Latina e Caribe. O grito dos brasileiros aqui é o mesmo – “Não vai ter golpe!”, aliás, bem aplaudido pelos argentinos.

Nos últimos 12 anos, a conotação desta manifestação argentina era de aprofundamento das conquistas sobre os direitos humanos, averiguações sobre os crimes de lesa-humanidade, graças aos governos de Néstor e Cristina Kirchner, com mais de 660 genocidas condenados, 119 netos identificados, 130 ex-centros clandestinos descobertos e 35 espaços de memória transformados em museu. O lema era: “memória, verdade e justiça”

Agora, foi a maior de todos os anos, e o lema tomou outro sentido: “40 anos de luta, memória e militância; sem direitos não há democracia”. Quando se contam os 100 dias de governo do “Macri repressor”, que recebeu o Obama, e nessa data concedeu uma hipócrita visita ao Parque da Memória, sem reconhecer a responsabilidade dos EUA no golpe, não faltaram cartazes como:
“Pátria sim, colônia não” “Democracia é direitos”, “Contra os ajustes, as demissões (140 mil em 100 dias entre estatais e privados). No documento lido no Ato, pelas mães e avós de Praça de Maio, se caracteriza com indignação o novo governo como um golpe vigente. Há um atentado à democracia com a supressão do direito ao trabalho, o encarecimento dos alimentos, dos serviços de luz, gás, do transporte, da liberdade de expressão (“Ley de medios” golpeada), do acesso à informação (ruptura do acordo com Telesul), com a retomada da repressão política, como na detenção de Milagro Salas. Tudo, sustentado em decretos presidenciais e num Congresso onde o Executivo consegue impor a rendição aos fundos abutres. As Centrais sindicais, simbólica e efetivamente, tomaram a dianteira da marcha, porque a bola está no seu campo e tudo indica que desta vez, os trabalhadores deverão e irão assumir um protagonismo para valer.

Helena Iono
Correspondente
TV Cidade Livre,
O Canal Comunitário de Brasília
24-março de 2016

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here