A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, anunciou que vai à ONU denunciar um processo de militarização do Atlântico Sul, por parte da Inglaterra, como forma de garantir para o país bretão as Ilhas Malvinas e os recursos minerais da região, inclusive o petróleo
O pronunciamento da presidenta foi transmitido em cadeia nacional de televisão e ocorre nas proximidades do aniversário de 30 anos do conflito das Malvinas: “Estão militarizando o Atlântico Sul novamente” disse ela, para depois acrescentar:”Não podemos interpretar de outra maneira. Isso implica um grande risco para a segurança internacional e protestaremos diante da Assembleia Geral das Nações Unidas”.
Cristina Kirchner ainda lembrou o apoio que tem entre os países vizinhos na questão das Malvinas, que, segundo ela, deixou de ser um assunto de importância apenas bilateral.
– Deixou de ser uma causa dos argentinos, é uma causa global, é uma causa de toda a América Latina. Manter colônias é um anacronismo – afirmou. – Nenhum lugar pode ser um troféu de guerra, não acreditamos nisso. Peço ao primeiro-ministro britânico (David Cameron) que dê uma chance à paz.
Em apoio à Argentina, os governos de Brasil, Chile e Uruguai mantêm um bloqueio em seus portos para navios com bandeiras das ilhas Falklands, o nome oficial das Malvinas.
Antes do discurso, Cristina assinou um decreto que reabre ao público o chamado Informe Rattenbach, uma profunda investigação sobre a guerra realizada nos anos 80 pelo Exército.
O documento, segundo fontes do governo, revela as atrocidades cometidas pelos militares, entre elas gravíssimas violações dos direitos humanos sofridas pelos soldados argentinos. Segundo informações oficiais, a guerra das Malvinas, que durou 74 dias, deixou 649 soldados argentinos e 255 britânicos mortos.
Argentina vai à ONU denunciar a Inglaterra, anuncia Cristina
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