A designação do ex-chanceler Celso Amorim para o ministério da Defesa, em substituição a Nelson Jobim, após quatro anos da permanência deste no posto, tem o propósito de ajustar a recalcitrante área militar à linha de um governo, que não é apenas popular e democrático, como cioso do papel determinante do Brasil neste novo mundo multipolar. Amorim, um diplomata de carreira e homem de alta estratégia, tem em comum com os militares o senso da disciplina e de missão, como revelou em seus 10 anos de chanceler de Lula e de Itamar, período a partir do qual nossa atuação deixou de ser meramente periférica para tornar-se protagônica, fato que se traduziu em valiosos benefícios para o país. O primeiro e mais importante foi sua aproximação com os países vizinhos e parceiros no comércio e no campo energético, como a China e os países árabes. Tal independência de movimentos aumentou nossos intercâmbio e fortalecimento, sem os quais dificilmente teríamos superado a crise mundial de 2008/9.
Sua nomeação para a Defesa deverá irritar alguns militares saudosos da antiga linha de atrelamento com Washington, como noticia o site do Estadão, mas como admitem esses mesmos oficiais, que sequer ousam se identificar, “vão ter de engolir”. São setores isolados, ainda que ruidosos, que, como os do Itamaraty, foram neutralizados pela força do acerto de uma política nacional, que tem dado bons frutos, não apenas aqui, no Brasil, como na Argentina, na Venezuela e até na Colômbia.
Celso Amorim e o ajuste de Governo na Defesa
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