Depois de sua constituição, em 23 de maio de 2008, em Brasília, a União das Nações Sul-Americanas, Unasul, já reagiu aos golpes de Estado em Honduras e Paraguai e pôs fim a uma trama internacional para balcanizar a Bolívia em três pedaços de país, naquele mesmo ano de 2008. Atuando com rapidez e determinação, os 12 presidentes da entidade (à exceção do Paraguai, que está suspenso) estarão reunidos hoje em Lima para defender a Venezuela de nova assuada golpista, que já matou oito pessoas e feriu outras 63, e respaldar o presidente eleito Nicolás Maduro. Depois do encontro, eles seguirão para Caracas, onde participarão da posse e renovarão sua confiança em Maduro, em solenidade marcada para esta sexta-feira.
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Atualização
Unasul aprova resolução considerando legítima eleição de Maduro (vídeo abaixo)
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Ao contrário da OEA (Organização dos Estados Americanos), criada, em 1948, pelos Estados Unidos com sede em Washington, para convalidar a política inteervencionista da superpotência, a Unasul, que excluiu esta nação para poder funcionar com independência, quer agora mostrar que já não se dão golpes impunemente. A própria OEA, que ensaiou um apoio à recontagem dos votos, como defendida pelo candidato derrotado Henrique Capriles, na eleição presidencial de domingo em Caracas, teve de voltar atrás, depois de demonstrada a posição unânime dos 11 presidentes, e reconheceu como legítimo o pleito que deu a vitória a Maduro. Só os Estados Unido, que reconheceram o governo golpista de Pedro Carmona, afastando o presidente Hugo Chávez por 48 horas, em abril de 2002, e a União Europeia que se recusam a fazê-lo.
O encontro ocorre no momento em que uma calma relativa voltou a reinar na Venezuela, sobretudo depois que o presidente interino Nicolás Maduro proibiu uma manifestação convocada pelo ex-candidato Henrique Capriles, tendente a gerar mais distúrbios, como detectaram os organismos de segurança do Estado. Maduro denunciou um golpe de Estado em proce3sso, mediante a provocaçnao de cenários de violência em todo o país e a solicitação da oposição venezuelana de uma intervenção estrangeira no país. Até agora, mais de 30 nações reconheceram e felicitaram a vitória de Maduro, entre elas, Argentina, Equador, Cuba, Nicarágua, República Domincana, El SAlvador, Brasil, Panamá, Chile, Colômbia, Uruguai, Haiti, Palestina, Rússia e China
A iniciativa da reunião de hoje partiu do presidente do Peru, Ollanta Humala, que exerce a presidência pro tempore do bloco regional, e terá lugar no Palácio do Governo, em Lima. O chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, alegou a importância de os presidentes analisarem juntos a situação da Venezuela e outros episódios passados. Por sua vez, a missão eleitoral da Unasul, que acompanhou as eleições venezuelanas, na qualidade de observadora, considerou que os resultados devem ser respeitados por emanar do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única autoridade constitucional competente na Venezuela. O CNE proclamou Nicolás Maduro por ter obtido 50,78% dos votos, contra 48,95% alcançado pelo candidato opositor Henrique Capriles. Os resultados têm uma tendência irreversível, depois da apuração de 99,35% das atas, com um índice de particpação de 79,78% do eleitorado.