A presidenta Dilma Rousseff adiantou nesta segunda-feira 31, durante evento de premiação das Empresas Mais Admiradas no Brasil, em São Paulo, o que deve falar durante a semana no encontro do G20, grupo das principais economias do mundo que se reúne em Cannes (sul da França), durante a semana. “Nós vamos deixar claro na reunião do G20 que não acreditamos que a crise será efetivamente superada com guerra cambial e com a velha receita pura e simples da recessão e do desemprego.”
Segundo a presidenta, a superação da crise, “que hoje já é de proporções parecidas, se não piores, com a de 1929″, deve levar em conta o investimento no crescimento e na geração de emprego. “Isso não é uma escolha ideológica.”
A presidenta Dilma Rousseff assiste à cerimônia As Empresas Mais Admiradas no Brasil ao lado de Mino Carta. Foto: PR
Diante dos principais empresários do País, Dilma disse ver neles uma inspiração. Cada um deles, disse a presidenta, é sobrevivente de crises e dificuldades que se sucederam ao longo dos últimos 20 anos no Brasil. “Não falo isso por soberba, mas pela certeza de que (os empresários) passaram por enormes desafios e os superaram”, disse.
Dilma classificou a reunião do G20 como um “momento crucial” em que os líderes da Zona do Euro buscarão soluções para uma crise de consequências “imprevisíveis”.
Numa espécie de prévia do que irá apresentar em Cannes, onde desembarcou na terça-feira 1, Dilma criticou os líderes europeus por buscarem soluções restritivas para resolver problemas como a dívida soberana e a fragilidade de seus bancos. O baixo crescimento dos países avançados, disse ela, leva a economia mundial a uma situação “de crise de confiança muito semelhante à de 2008”.
A solução, afirmou a presidenta, não pode passar por ajustes recessivos. Caso contrário, “a recessão vai ser uma profecia auto-realizável”. Em vez disso, ela clamou os líderes europeus a estimularem a geração de emprego e a promover melhorias na vida das populações.
O desemprego e a queda no consumo, segundo a presidenta, minam a possibilidade de recuperação da economia, e provocam “surtos de reação popular e desesperança de muitas famílias”, numa referência aos protestos que têm sido organizados pela população, sobretudo jovens, em locais como Wall Street, em Nova York.
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