O ditador egípcio, Hosni Mubarak, renunciou nesta sexta-feira, 11, ao cargo após 30 anos no poder. Ele sucumbiu a 18 dias de maciços protestos populares, desencadeados por uma onda de insatisfação com a economia e a corrupção, e inspiradas pela Revolução de Jasmin, que derrubou o ditador da Tunísia Zine Ben Ali.
A renúncia foi anunciada pelo vice Omar Suleiman. O Conselho das Forças Armadas conduzirá os assuntos de Estado. “Diante das difíceis circunstâncias que o país está atravessando, o presidente Hosni Mubarak decidiu deixar a presidência da República. Os assuntos de Estado serão dirigidos pelo Conselho das Forças Armadas”, disse Suleiman na TV estatal.
Veja também:
Infográfico: A lenta agonia de Hosni Mubarak
Cronologia: O dia a dia da crise egípcia
Tempo Real:Acompanhe no Radar Global e no Twitter (@inter_estadao)
Perfil: 30 anos de um ditador no poder
Êxtase. Após o anúncio, milhares, senão milhões, de pessoas explodiram em êxtase e alegria nas ruas do país. “O Egito está livre! O Egito está livre!”, gritaram. No Twitter, o executivo do Google Wael Ghonim, que se tornou herói dos protestos após passar 12 dias presos, parabenizou o povo egípcio . “Bem-vindo de volta, Egito”.
Em entrevista CNN, Ghonim deu um recado vigoroso ao governo. “Estou orgulhoso de ser egípcio, do Egito e de seu povo. Parabéns a todos egípcios. A Hosni Mubarak, Omar Suleiman e todas pessoas que acreditam que estar no poder dá direito a ignorar o povo: Nós temos escolha. Acabou para vocês”, disse . “Somos mais fortes do que todos eles (na ditadura). ”
O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) Mohammed ElBaradei disse viver o dia mais feliz de sua vida. “Esse é o melhor dia da minha vida. O país está livre depois de décadas de repressão”, disse.
Futuro. Um oficial militar egípcio de alta patente disse à CNN que o Exército discute com a Suprema Corte a dissolução do gabinete de Mubarak e do Parlamento e a implementação do calendário eleitoral. O anúncio deve ser feito ainda hoje. (Continua no site do Estadão)