José Maria Rabelo, o jornalista que fundou, em 1952, o Binômio, jornal alternativo que sacudiu a política e a grande imprensa mineira e serviu de inspiração ao antigo Pasquim, tem uma constatação: “A internet está quebrando os dentes desta engrenagem maldita, que são os oligopólios de comunicação. Eles nâo têm mais o monopólio absoluto (da notícia).
Citando como exemplos concretos de inserção comunicacional dos blogs e das redes sociais o escândalo da mansão dos Marinhos, donos da Globo, e das trapaças de Fernando Henrique Cardoso, ex-intocável, furando toda a blindagem midiática, Rabelo observa que os barões da mídia “estão desesperados”.
Falando a FC Leite Filho, do Café na Política e da TV Cidade Livre de Brasília, o fundador do Binômio, que dia 16, véspera da gravação desta viodeoentrevista, completaria 64 anos, constata: “Eles estão perdidos porque se acostumaram a falar sozinhos. Não tínhamos (os jornalistas independentes) armas para enfrentá-los. Agora surge o milagre da tecnologia”.
Rabelo admite que os meios de comunicação ainda atingem maciçamente o grande público, mas adverte que as redes sociais e os pequenos jornais, todos com sites na web, “são corrosivos”, como acabam de demonstrar os fatos recentes.
Ainda superantenado com os acontecimentos, reflexo de sua vida agitada de ativista com 16 anos no exílio, entre Bolívia, Chile e França, José Maria Rabelo, que também conviveu longamente com Leonel Brizola, tanto no exílio quando na volta depois da anistia, ainda se aventura a uma análise sobre a eleição presidencial de 2018: “Eles não têm candidato para enfrentar o Lula. O Aécio, nem sei se sai candidato, (quanto à) Marina, seu tempo já passou”.