Por Helena Iono, de Buenos Aires
Neste vídeo, há o discurso completo do ex-ministro da Economia da Argentina, Axel Kicillof no domingo passado, no Parque Centenário de Buenos Aires. Para lá confluiu uma multidão para ouvi-lo, após uma convocação por iniciativa dos chamados comitês de vizinhos de bairro, que se difundiu de um dia ao outro. Isso é parte das várias manifestações que vêm se alastrado no país como resposta às medidas retrógradas do novo governo Macri, na maioria sonegadas pelo apagão midiático que passou a viver o país irmão depois da saída da presidenta Cristina Kirchner. Foi mais do que uma palestra ao ar livre, um discurso militante carregado de emoção, compromisso, e organizador de energias sociais para resistir à nova acometida neoliberal.
Por favor, dediquem muita atenção a este video. Foi uma estupenda lição de economia política sobre o que está ocorrendo hoje na Argentina, e os mecanismos antisociais destrutivos da política do FMI (cujo manual Macri resolveu aplicar com urgência e aos atropelos), e o seu paralelismo com todas as medidas econômicas de soberania, de Estado de inclusão social observadas no período de 12 anos de Nestor/Cristina Kirchner.
——–Aatualização, em 23/12/2015, 13h37m
Governo Macri intervém na Autoridade da Ley de Medios (AFSCA)
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Aqui, o internauta vai encontrar as ferramentas econômicas, de argumentação para convencer a sociedade, os que votaram na FPV, o partido peronista de Cristina, e os que não votaram, sobre o a nuvem negra que significa para a população (salvo as grandes corporações empresariais e oligárquico-financeiras) dasas medidas de desvalorização da moeda, fim das retenções às exportações, liberalização das importações, e do fluxo livre de vindas e idas de capital estrangeiro, novo endividamento externo, subordinação aos Fundos Abutres; uma aula simples e magistral de como tudo isso significa retração do mercado interno, inflação, alta do custo de vida, baixa nos salários e desemprego; um esclarecimento rotundo de que é mentira que o governo de Cristina deixou o Banco Central sem reservas, e um país no desastre, como repete a grande mídia (El Clarin e La Nación) para dar sustentação midiática às medidas econômicas macristas.
Me chamou muito a atenção o exemplo deste jovem ex-ministro e atual deputado (FPV) que protagonizou uma das lutas mais importantes para a América Latina, até chegar à tribuna mundial da ONU, contra os Fundos Abutres; e que hoje desce às praças, para debater junto ao povo. Um bom prenúncio de que Kicillof vai continuar sendo figura de relevo que saberá fazer a interação entre o debate da tribuna do Parlamento e os movimentos e organismos populares. Uma prática que deveria ser retomado pelas lideranças parlamentares de esquerda no Brasil e em todo o mundo.
Resumo da fala de Kicillof