É um equívoco pensar que, preso, Eduardo Cunha vá abrir a boca e contar tudo o que sabe. Não vai, porque já teve mais de seis meses para fazê-lo. E mesmo que fale, a mídia vai relativizar. Enquanto isso, o juiz Sérgio Moro vive os seus dias glória: prendeu o Cunha, vai ser heroicizado num filme da Netflix, é capa de livros, além das manchetes. Mas o físico Rogério Cerqueira Leite já o advertiu: “O destino dos moralistas fanáticos é a fogueira”, ao relembrar o célebre caso do monge Savonarola, queimado pelo papa Alexandre VI, um Bórgia lá por 1498.