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Prefácio às Gravações Presidenciais

(Publicado originalmente em Seg, 15 de Dezembro de 2008 16:17)

Prefácio a John F. Kennedy:
As Grandes Crises, Volumes 1-3

Por Philip Zelkikow e Ernest May

(Trechos selecionados, em tradução livre e sem revisão do blogueiro)

01/12/06 – 12:33 hs – Estes três volumes das Gravações Presidenciais da série do Miller Center cobrem os três meses depois que Kennedy primeiro começou a gravar as reuniões.

Antes e depois de tornar-se presidente, Kennedy tinha feito uso de um equipamento de gravação chamado Dictaphone, mais para ditar cartas ou notas. No verão de 1962, ele pediu ao agente do Serviço Secreto Robert Bouck para esconder os aparelhos de gravação na Sala do Gabinete, o Gabinete Oval e um um estudo da biblioteca da Mansão. Sem explicar a razão, Boucker conseguiu gravadores de fita de carretel Tandberg, consideradas máquinas de alta qualidade para a época, do Signal Corps do Exército dos Estados Unidos. Ele colocou duas dessas máquinas no porão da Ala Oeste (West Wing) da Cas Branca, numa sala reservada para armazenar arquivos presidenciais privados. Ccolocou outra no porão da Mansão Executiva (Executive Mansion).

As máquinas eram ligadas por fio a dois microfones no Cabinet Room (sala de reunião comos ministros) e dois no Oval Office (salão oval). Aqueles do Cabinet Room estavam na parede exterior colocados em dois pontos cobertos por cortinas onde antes havia fiação. Tais equipamenteos eram ativados por interruptor no lugar do Presidente na mesa do Cabinet Room, facilmente confundido por um botão de campainha. Dos microfones do Oval Office, um estava à altura do joelho embaixo da mesa do presidente, e o outro escondido numa mesa de café situada em frete dela. Cada um podia ser ligado ou desligado com um simples pressionar de dedos sobre um botão encoberto.
Não sabemos onde estava localizado o botão do escritório da Mansão.

Em todo caso , Bouck, chefe responsável pelo sistema, afirmou em 1976, numa entrevista de história oral, que o Presidente Kennedy “não fez quase nenhuma gravação na Mansão”. Da máquina no porão da Mansão,ele disse: “À exceção de uma ou duas pequenas gravações, eu acho que nunca foi usada”. Até agora, a não ser uma curta gravação incluida nestes volumes, não apareceu nenhuma gravação da máquina da Mansão.
O presidente Kennedy também tinhaum Dictaphone ligado ao telefone no Escritório Oval e possivelmente também ligado a um telefone no seu quarto de dormir. Ele poderia ativá-lo, assim como sua secretária particular Evelyn Lincoln, que sabia dos microfones secretos,inclusive para verificar que eles fossem desligados, no caso de o presidente esquecer de fazê-lo. Ela também estava encarregada dos carretéis de fitas terminados, quando lhe eram trazidos por Bouck ou pelo assistente deste, o Agente Chester Miller.

Embora o irmão de Kennedy, o Procurador Geral (Ministro da Justiça) Robert Kenedy e a secretária deste Angie Novello, certamente soubessem das fitas e “dictabelts” em algum ponto de 1963, não está claro se eles tiveram este conhecimento mais cedo. Anedotas sugerem que o assessor próximo e encarregado de sua agenda, Keneth O’Donnell, pode ter sabido sobre o sistema, podendo ter passado o secredo a outro assessor, Dave Powers, mas tais histórias não puderam ser confirmadas. Muitos assessores mais próximos da Casa Branca,inclusive o conselheiro Theodore Sorensen, que tinha sido o homem mais próximo de Kennedy no Senado, ficaram surpreendidos quando souberam depois que suas palavras tinham sido captadas secretamente pelas fitas.

Depois do assassinato de Kennedy, Evelyn Lincoln foi rapidamente deslocada pelas secretárias do Presidente Johnson. No entanto, ela conseguiu, junto a agentes do Serviço Secreto, tirar todos os microfones, fios e gravadores e levou as fitas e os “dictabelts” para os novos escritórios no Executive Office Building, junto à Casa Branca, para os quais fora designada. Embora Robert Kennedy tenha se encarregado deste e de outros registros da Casa Branca de Kennedy, Lincoln (Evelyn) tinha a custódia deles.
(….)

Quando o sistema de gravações de Nixon foi descoberto em 1973 e o Congresso procurou acesso àquelas fitas (de Kennedy), o senador (Edward) Kennedy era membro da Comissão de Inquérito Judiciário. Os rumores foram se adensando em torno disso (das gravações), e ele e a família rapidamente confirmaram que o Presidente Kennedy também tinha gravado secretamente reuniões e conversas na Casa Branca. Eles prometeram publicamente entregar as fitas ao National Archives. Ao longo dos próximos dois anos, eles negociaram um trato de concessão pelo qual punha nas mãos dos arquivistas da Biblioteca Presidente John Kennedy,em Boston, Massachussets, todas as fitas, à exceção daquelas envolvendo assuntos familiares.

(…) Segundo Richard Bourke, antigo membro da equipe do senador Kennedy, Dalton foi instruído pelo falecido Steven Smith, cunhado do senador Kennedy, a retirar documentos sensíveis do material e editar as fitas como forma de proteger a reputação da família. Burke ainda alega que leu transcrições de Dalton, a aprtir dos “dictabelts”, de conversas com Marilyn Monroe e Judith Exner e que Dalton tinha apagado passagens potencialmente embaraçosas. Mas é uma fonte não muito confiável. O livro que ele escreveu sobre seus anos com o senador está cheio não só de erros como de nítidas invencionices. (…)

Ouça aqui as gravações de Kennedy
Miller Center of Public Affairs 

leitefo
leitefo
Francisco das Chagas Leite Filho, repórter e analista político, nasceu em Sobral – Ceará, em 1947. Lá fez seus primeiros estudos e começou no jornalismo, através do rádio, aos 14 anos.
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