Habituada a lançar injúrias e calúnias, quando não distorcendo os fatos ao sabor de seus interesses financeiros e políticos, a cadeia de TV norteamericana CNN, e sua filial CNN en Español, voltada para a América Latina, se vê às vezes em maus lençóis. É quando confrontada pelos entrevistados que se recusam a seguir sua linha parcial e preconceituosa na cobertura dos acontecimentos relacionados aos governos progressistas da América Latina. Nesta semana, os telespectadores puderam perceber, em duas entrevistas, como a emissora tenta engambelar a opinião pública com suas “verdades” prontas e seu facciosismo na condução do noticiário e das entrevistas.
Na primeira entrevista, o jornalista uruguaio Victor Hugo Morales, questionado por Ismael Calas, um cubano anticastrista responsável por um programa diário no horário nobre da CNN en Español, teve oportunidade de apresentar alguns argumentos irrespondíveis:
“É verdade que a secretária de Kirchner (Miriam Quiroga) tinha algo para denunciar? Até o momento, tudo o que disse embora muito frágil do ponto de vista jornalístico, quando se defrontou com a justiça, não havia absolutamente nada, apenas palavrório. É verdade que o vice-presidente da República (Amado Boudou) viajou a Carmelo, no Uruguai, com sacolas cheias de dinheiro, como se noticiou na noite passada (televisão, rádios e jornais do Grupo Clarín) e foi repetido por agências internacionais? Não, é mentira!”. Morales recordou que no dia que lhe atribuiram à viagem de três horas ao Uruguai, Bodou estava numa sessão de homenagem do Senado ao ex-presidente brasileiro Lula da Silva, que estava em visita àquele país.
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Outra inverdade citada pela CNN, ao reproduzir material do Clarín, foi a “notícia” da “intervenção” do governo naquele jornal, quando o que houve foi o comparecimento do secretário de Comércio e Interior, Guillermo Moreno, a uma reunião do do grupo jornalístico, do qual o Governo é proprietário, já que detém 9% de suas ações. Estas ações, como disse Morales, vieram no bolo da estatização dos fundos dos aposentados, “cujas pensões vinham sendo roubadas por Clarín”, na condição de um dos administradores privados daqueles fundos.
Victor Hugo aproveitou a oportunidade para indagar como se faz para rebater o que a CNN relata a milhões de americanas que falam espanhol e ao resto a América Latina? Como se faz com essa mentira?”. Ele ainda denunciou o fato de a CNN ter omitido o noticiário sobre a repressão da polícia do prefeito de Buenos Aires, Macri, ligado ao Grupo Clarín, a um hospital da cidade, no qual saíram feridos médicos enfermeiros e até pacientes.
Evo Morales – No segundo episódio, o presidente da Bolívia, Evo Morales, encara um entrevistador da CNN que aludiu à seu suposto “autoritarismo e discricionarismo”:
“Diga-me, autoritário de que?. Si me chama de autoritario por que primero não investiga? ¡Quero saber por que, que elementos para chamar-me de autoritario!”, questionou Evo.
“Querer perpetuar-se no poder es un sintoma de ser autoritário, por isso lhe pergunto. E a crítica não vem de mim, mas de Rebeca Delgado, que é alguém que pertence a seu propio partido”, devolveu o entrevistador.
Morales argumentou que “a reeleição agora é constitucional. ¿De onde tiram a ideia de que concorrer à reeleição, assegurada pela Constitução, é perpetuar-se (no poder)? ¡Por favor! Peço-lhe: controle sua linguagem e suas perguntas”.
Respostas de Evo Morales