(Programa transmitido pela TV Cidade Livre de Brasília, Canal 12 da NET (sóDF), às sete da manhã de segunda, àas 19:30 de quarta e 13 horas de quinta-feira)
O ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, exorta, nesta videoentrevista, o ex-presidente Lula da Silva a ganhar as ruas na defesa do projeto nacional e a liderar a reconstrução do discurso das forças progressistas.
Amaral, que integrou o primeiro governo Lula e foi forçado a sair da presidência nacional do PSB pelos defensores dos ex-candidatos Marina e Aécio, é também um pensador e ativista da maior respeitabilidade.
Ao falar a FC Leite Filho, do blog Café na Política, ele enfatiza, depois de fazer uma análise aprofundada do que considera a imobilidade das esquerdas brasileiras diante das arremetidas midiáticas e do assalto à imagem da Petrobrás, que, neste momento, “Lula tem uma grande responsabilidade, mais até do que ele pensa”.
“Lula não é apenas um ex-presidente da República, é o nosso maior líder, é o líder do PT, é o responsável dos governos de 2002 para cá”. Por isso, entende que ele tem de liderar um grande movimento que incorpore o sentimento de fraternidade, do entendimento e do diálogo”, nesta fase em que “as forças reacionárias e golpistas” se aprestam para fazer retornar o passado neoliberal e antipovo.
Amaral assinala igualmente que o papel da presidenta Dilma Rousseff é de também se expor, intensificando suas viagens e dialogando com o povo, que lhe deu 70 milhões de votos. Não obstante, o ex-ministro alerta para os riscos de um golpe de Estado, à semelhança de 1954 e 1964, que provocaram o suicídio do presidente Getúlio Vargas e a ditadura de 20 anos seguida ao derrocamento do presidente João Goulart. Sem se preocupar em fazer retórica, mas analisando friamente fatos objetivos, ele começa por constatar a existência hoje no Brasil de “um clima de intolerância, de maniqueismo, de divisão e de condenação do diálogo”. Como viveu na carne instantes parecidos como estes, o ex-ministro constata que “essas mesmas forças estão novamente reunidas num projeto golpista”, centrando sua ação no envenenamento da sociedade brasileira, substituindo o diálogo pelo embate”.
– Não sei o que nos aguarda – diz ele -. Sei que há uma conjunção de forças do atraso comprimidas num paradoxo que só as crises do capitalismo explica. Tudo o que há de atrasado no Brasil, hoje representado pelos fundamentalismos que controlam a Câmara dos Deputados, com o capital financeiro da Avenida Paulista e de Ipanema, (redunda) no panelaço em defesa dos princípios que não são coerentes com o desenvolvimento do Brasil”.
O mais grave, no entanto, segundo assinala, é a crise da política como gênero, uma crise dos partidos, de todos eles, pois já não têm enraizamento social e político. Esta, por sua vez, é associada ao esfacelamento das forças progressistas, deixando o país sob o controle brutal e monolítico dos meios de comunicação, estes que “já são não apenas partidos políticos (de fato) como também co-partícipes da governança”. Em tal contexto, “a direita resolve se assumir como tal, ou seja, reacionária e golpista, desfazendo-se do véu liberal que a encobria; o problema é que a isso não corresponde a reorganização das forças populares.
Roberto Amaral ainda pede atenção para o que chama de “desmantelamento das forças populares, dos movimentos sociais e, principalmente, do movimento sindical”, cuja reorganização ele considera crucial para evitar o golpe: “Espero que o PT acorde. Ele está numa letargia. Está acuado. Está com medo. Medo de que? Espero que a CUT deixe os gabinetes da Esplanada dos Ministérios, em Brasília e volte para as fábricas”, finalizou.
´Parabéns pela entrevista com Roberto Amaral e pelo MAGNIFICO trabalho jornalístico que você vem desempenhando. Vamos acordar para a LUTA a BRAVA GENTE BRASILEIRA, que, infelizmente, anda um pouco adormecida. UNIDOS seremos fortes. Olga Amelia