Na Venezuela bolivariana, ao contrário do que ocorre nos outros países da América Latina, os militares são considerados verdadeiros heróis. Eles se envolvem diretamente nas operações de salvamento e reconstrução dos danos causados pelas enchentes e tempestades, nas campanhas educacionais e de combate a miséria. Também fazem estradas, casas populares, preparam atletas etc. Igualmente, participam da luta política de igual para igual com os civis, inclusive se candidatando normalmente, sem qualquer tipo de preconceito. Por causa desse envolvimento, o presidente Nicolás Maduro designou o almirante Diego Molero, ex-ministro da Defesa e chefe das Forças Armadas, como embaixador da Venezuela no Brasil, país considerado altamente estratégico para a nova política de integração continental.
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Entendemos que sua experiência e visão dos acontecimentos seriam interessantes para esclarecer e dar sua visão dos últimos acontecimentos no país vizinho e irmão. Nesta entrevista, de 20/02/2014, a Beto Almeida, presidente da TV Cidade Livre de Brasília (agora no canal 12 da NET, no DF), e a FC Leite Filho, do blog cafenapolitica.com.br, o embaixador atribuiu os ataques vandálicos, que destruíram obras públicas e mataram até agora seis pessoas, às mudanças implantadas pelo regime bolivariano, iniciado com o ex-presidente Hugo Chávez, em 1998, e que eliminou o analfabetismo e a miséria, além de ter dado escola e saúde para toda a população: “Na Venezuela, não se vê mais meninos de rua e não há mais indigentes”.
Como tais medidas afetam interesses poderosos, porque revertem os fundos públicos, antes privilégio exclusivo da oligarquia, associada aos Estados Unidos, interessados no domínio completo e exclusivo do petróleo, de que o país é o mais rico no mundo, Diego Molero constata um certo desespero por parte de setores extremistas da oposição, para os quais o caminho do poder só se dará pela violência.
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Lembra o almirante que o bolivarianismo ganhou 19 das 18 eleições verificadas até aqui, sendo que na última, para prefeito municipal, em dezembro de 2013, ficou com 75% das prefeituras, numa eleição a que compareceram 92% do eleitorado (um contraste com o que acontecia na democracia oligárquica de antanho, que não chegava a 10%, porque lá o voto continua não obrigatório).
O embaixador ainda atribuiu as distorções do noticiário à incompreesão de certos setores com os avanços da revolução venezuelana e chegou a mostrar uma série de fotos usadas pelos grandes meios de comunicação, com falsificações grosseiras, como o uso de imagens de fatos ocorridos no Egito, Síria, Espanha e Chile, como se tivessem ocorrido na Venezuela. Por fim, ele disse que o Estado está aparelhado para superar e dominar os últimos incidentes, inclusive porque já passou por situações mais graves no passado.