Este programa é transmitido pela TV Cidade Livre de Brasília, Canal 8 da NET (só DF), às segundas, às sete da manhã, às quartas, às 19:30 hs., e às quintas-feiras, às 13 horas
A Agricultural Familiar é hoje um movimento de nível nacional e internacional com grande potencial para propiciar a alimentação de que carece a imensa população mundial como também da volta das cidades para os campos. Para analisar os avanços deste movimento, o blog Café na Política e a TV Cidade Livre de Brasília entrevistaram um dos seus principais porta-vozes na Câmara Federal, o deputado Zé Silva, do PDT de Minas.
“Até uma década atrás, a agricultura familiar era tida como uma agricultura social mas hoje contribui com renda, geração de emprego e qualidade de vida. O que ela produz ainda se insere no agronegócio (grandes corporações). O que diferencia é que o agronegócio, aqueles agricultores de grande porte, grandes áreas e mecanização concentram sua produção no mercado externo, equilibrando a balança comercial do país, enquanto a agricultura familiar, onde trabalham o agricultor e sua família, produz para o mercado interno, preservando as tradições locais, que são transmitidas de geração para geração, e utiliza maior volume de mão de obra por área”.
Zé Silva, que participa da Frente Parlamentar de Agricultura Familiar para a América Latina e Caribe, ressalta que a experiência brasileira está sendo levada ao exterior como uma ferramenta eficaz no combate à fome.
2a. parte
Outro dado importante citado pelo parlamentar, que já foi presidente da Emater de Minas, nesta entrevista, é que 70% dos alimentos colocados na mesa do brasileiro vêm da agricultura familiar: “Até a soja, que é um produto considerado mais para exportação, já tem um componente de 39% do agricultor familiar, além de outros produtos com alto valor agregado, como 60% do feijão, 50% do leite, além dos alimentos orgânicos”.
Por estas razões, o deputado mineiro considera que a agricultura familiar é hoje um movimento que muda o perfil da vida econômica e social do Brasil e que poderá inclusive mudar as cidades, acabar com as mazelas nas periferias, que tradicionalmente recebem as populações rurais sem infra-estrutura, pois está valorizando o campo: “O campo tem de deixar de ser um lugar só de produção (mecanizada) e ser um lugar que deixe as pessoas felizes. Mas para isso é preciso que as escolas, os avanços tecnológicos, sobretudo a internet, também se voltem para o meio rural. E as pessoas já começam a voltar por causa do inchaço das cidades. E eles voltam mais preparados porque já têm a vivência (cultural) das cidades”.