(Retransmitida pela TV Cidade Livre de Brasília, Canal 8 da NET (Só no DF)
O economista e professor José Carlos Assis está percorrendo o país na busca de apoio político para sua tese para viabilizar os investimentos com vista à infra-estrutura e, dessa forma, assegurar a integração sul-americana. Impulsionada pela última fornada de presidentes progressistas, que aumentaram substancialmente o intercâmbio comercial e industrial dos principais países do continente, a integração corre o risco de empacar, na sua visão, caso não se propiciem as condições para o financiamento próprio de ferrovias, rodovias, hidrovias, energia e telecomunicações. Presidente do Intersul, Instituto de Estudos Estratégicos para a Integração Sul-Americana, Assis sustenta, nesta entrevista a FC Leite Filho, do Café na Política, que nenhum banco, nem mesmo o Banco do Sul, conseguirá emprestar contra garantia, sob pena de ir à falência. Por isso, ele está sugerindo que se aplique no sub-continente a solução brasileira para o financiamento das rodovias, a CIDE, Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, que é um imposto vinculado, com aplicação clara e definitiva. Quanto à industrialização e comercialização, elas são auto-sustentáveis pela própria natureza da iniciativa privada.
2a. parte
José Carlos de Assis, autor do livro ” A Razão de Deus”, uma visão econômica própria do papel do Criador na economia, sobretudo da natureza das últimas crises que abalaram o mundo, é taxativo: ” O mal no mundo”, afirma, não é decorrente da vontade de Deus ou foi criado por Deus. É o resultado da má aplicação do livre arbítrio. Quando se está diante de crises gigantes, é preciso observar a ética do equilíbrio entre o indivíduo e o interesse coletivo. A crise é fundamentalmente a prevalência do individualismo e por isso o Estado tem de ser o grande agente investidor e regulador “. Neste raciocínio, José Carlos Assis não prevê o fim do capitalismo mas sim a limitação, pelo Estado, da ação predatória dos mercados, que motivou grande parte da debacle que hoje atinge a Europa e os Estados Unidos. Finalmente, ele considera que o mundo tornou-se multipolar e a crise, de tão intrincada, deixou de ser atribuição do que ele chama um hegemon, ou seja, um país dominador: “Nenhum país, hoje, nem os próprios Estados Unidos, pode impor uma solução à China e à Rússia, que são potências nucleares de primeira linha”. A saída, então, terá de vir por meio da cooperação dos vários atores envolvidos, em que a América Latina, estruturada, também terá seu papel”.