(Publicado originalmente em Sáb, 24 de Janeiro de 2009 14:00)
Num giro que fez, esta semana, por Cuba e Venezuela, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner pôde atestar como a América Latina está caminhando para uma integração produtiva e saudável. Bem mais vantajosos do que aqueles acordos e negócios que nós, latinoamericanos, costumamos fazer com as grandes potências, estas trocas de vizinhos já aumentaram em algumas dezenas de vezes o comércio e o intercâmbio entre eles. E, mais importante, todos estes acordos são feitos sem mala-preta, ou seja, são abertos para que cada país possa trocar e aperfeiçoar as tecnologias dos produtos e empreendimentos envolvidos.
O encontro com Fidel Castro, num momento em que a mídia voltou a suspeitar da saúde do líder cubano, constituiu outro gesto que vai muito além do aspecto puramente simbólico. A presidenta fez questão de ali assinalar que seu país, o segundo maior do sub-continente, aposta na integração e não admite qualquer tipo de exclusão de países ou dos líderes destes.
Na reunião com Chávez, que precedeu uma semana à visita de negócios do brasileiro Lula da Silva, foram assinados nada menos de 21 acordos, abrangendo setores tecnológicos, educacionais, agro-pecuários e outros. O presidente venezuelano orgulhou-se em dizer que as vacas venezuelanas, surgidas do cruzamento com os bovinos argentinos já estão dando 20 litros de leite por dia. Para ele, isto é um grande progresso, porque a média venezuelana era de apenas oito litros por vaca. Não chegou ao ideal da matriz argentina, que chega a produzir 28 a 30 litros por dia, mas já se encaminha naquela direção.