Esta possibilidade está contida no PL-29. Alguns de professores de comunicação chamam esta transferência de controle para os oligopólios internacionais de “entrada de novos atores” como divulgado em vários artigos e em revistas que versam sobre o tema democratização da comunicação. Portando, muita atenção, pois por trás do discurso “precisamos de um novo marco regulatório”, há também aqueles que defendem um novo/velho marco regulatório com o controle de alguns oligopólios internacionais sobre a comunicação brasileira. É preciso discutir bastante para separar e discernir uma coisa da outra.
Blog do Argemiro Ferreira
Mídia, jornalismo, política internacional & mais
A Fox News e a liberdade de expressão
Provavelmente pouca gente no Brasil ouviu falar da um pessoa simpática. Eu também não sabia da existência dela até há pouco tempo. Chama-se Heather Mallick. É uma escritora e jornalista canadense que sempre tem coisas a dizer e em geral o diz muito bem, com um toque de humor e irreverência. Por causa disso acabou punida no mês passado. Mas não é preciso ter pena dela. Está muito bem, continua a fazer livros e escrever artigos para o Guardian de Londres.
O episódio que a envolveu, levando a esse desfecho, encerra lições sobre a mídia em geral e a rede Fox News Channel (FNC), do império Murdoch, em particular. Acompanho a FNC desde que entrou no ar em Nova York, em 1996. Recrutou então o prefeito Rudy Giuliani para dar uma chave de galão em outro império de mídia, o da Time-Warner, cujo serviço de cabo em Nova York resistiu enquanto pôde à inclusão da FNC porque era dono da CNN, ameaçada pela concorrência.
Depois, como todo mundo sabe, a FNC passou a comer a CNN pelas beiradas, como um prato de mingau (a história do confronto é contada no livro da capa ao lado, publicado em 2004), e passou à liderança de audiência entre as redes de cabo dedicadas ao jornalismo. A opção inicial do magnata Rupert Murdoch foi aliar-se a governos conservadores (Margaret Thatcher na Grã Bretanha, Ronald Reagan nos EUA) e tirar partido disso. Nos oito anos de George W. Bush apostou tudo na histeria patrioteira pos-11/9 e se deu muito bem.
Um expurgo no avião de Obama (Continua…)