O jornal “O Estado de S. Paulo”, o conhecido Estadão, anunciou que os Estados Unidos deverão instalar, ainda este ano, uma base dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, para “combater o narco-tráfico” e fazer “a vigilância anti-terrorista”. A base que, segundo o jornal paulista, foi “sugerida” pela Polícia Federal brasileira, “formaria, com duas já existentes, em Key West (EUA) e em Lisboa (Portugal), o tripé de monitoramento, controle e combate ao narcotráfico e contrabando, principalmente de armas, além de vigilância antiterrorista”, diz o Estadão.
A notícia, que coincide com a visita hoje, sexta-feira (02/04) do premier russo Vladimir Putin à Venezuela para a entrega de armas, logo correu o sub-continente, já preocupado com a instalação de sete bases militares na Colômbia, seguida da reativação da IV Frota Norte-Americana para vigiar a costa de todos os países latino-americanos. Segundo a notˆcia do Estadão, “o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu ontem com o comandante do Comando Sul dos EUA, tenente-brigadeiro Douglas Fraser, a proposta de criação de uma base “multinacional e multifuncional” que teria sede no Rio de Janeiro”.
O general Douglas Fraser, de acordo com o jornal, passou o dia de terça-feira (30/03)em Brasília. Após reunião de trabalho e almoço com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o comandante americano encontrou-se com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. A PF já tem um adido de inteligência trabalhando na base de Key West, na Flórida. O Planalto está para decidir se o adido junto à base de Lisboa será um delegado federal ou um oficial da Marinha.
O Estadão explica que a base no Rio, assim como as outras duas, “não admite operações sob comando de estrangeiros”. “Os países que aceitam participar dos programas de cooperação de combate ao crime organizado enviam adidos que atuam sempre sob supervisão dos agentes do país soberano sobre a base. A ideia é que com a base da Flórida, que vigia de perto o tráfico no Caribe, e a de Lisboa, que exerce controle sobre o Atlântico Norte, a base brasileira sirva como posto avançado de monitoramento do Atlântico Sul”.