A Internet e suas imensas ferramentas de comunicação instantâneas e, ainda, democráticas, nos permite verificar a cumplicidade das grandes empresas de comunicação com as ditaduras militares que infestaram o continente americano, de 1964 a 1985, e da opressão neo-liberal. que dela resultou e vinga até hoje em muitos países. Na Argentina, descobriu-se mais uma dessas operações envolvendo torturas e assassinatos nas masmorras do regime, agora envolvendo os dois maiores grupos de comunicação do país, os jornais Clarin e La Nación. Um caso anterior já determinou a prisão da dona do Clarin, Hernestina Herrera de Noble, acusada de ter adotado duas crianças, Marcela e Felipe, hoje com 33 anos, depois de sequestradas pelos militares de seus pais, então prisioneiros políticos, durante a ditadura do general Jorge Videla. Segundo denúncia pública do governo nacional, liderado pela presidenta Cristina Kirchner, a empresa Papel Prensa, que atende aos 170 jornais do país, foi vendida, por abaixo do preço, por exigência desses dois jornais, aos amigos generais, que faziam as vezes de governo, e das prisões, junto a familiares do antigo dono da empresa, o banqueiro David Graiver, morto em misterioso acidente de avião. Um dos familiares, inclusive a viuva de David, Lídia Papaleo, chegou a ser presa e torturada e agora sustenta a ação do governo na justiça contra aqueles dois jornais. Clarin e La Nación se defenderam, dizendo que a operação de compra foi legítima e alegam em seu favor, o depoimento de Isidoro Graiver, irmão de David Graiver, que diz ter sido a transação efetuada sem pressão da ditadura. Só que Isidoro, que agora se encontra foragido, havia feito depoimento anterior, no qual confirmava a versão de Lídia, sua cunhada. Osvaldo Papaleo, irmão de Lídea (ver vídeo acima) relata que Isidoro Graiver foi “subornado” por Hector Magnetto, presidente do Clarin: “Ele foi embora em 25 de agosto.. e viajou para Londres”.
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Os filhos do Clarin
Íntegra da denúncia do Governo Kirchner contra Clarin e La Nación
Papel Prensa: Reuniões secretas dos diretores de Clarín, La Nación e La Razón