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E o Brasil descobre o Oman

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O Sultanato de Omã é uma monarquia pouco conhecida no Brasil. Esse pequeno país localizado no
Golfo Pérsico possui forte influência cultural inglesa, especialmente em política internacional, o
que parcialmente explica a sua hábil discrição em negociações internacionais e em seu processo de
desenvolvimento econômico.

Em 2010, o país chamou a atenção da mídia internacional por figurar em primeiro colocado, entre
135 países, no ranking de nações que mais se desenvolveram nos últimos 40 anos, segundo o
Relatório de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas.

Apesar de exportar minério de ferro para o Brasil há mais de 30 anos, Omã instalou sua embaixada
em Brasília apenas em 2010, com o objetivo de transformar uma simples relação comercial em
uma relação mais abrangente, que engloba áreas de tecnologia para sobrevivência ao semi-árido,
cooperação para o desenvolvimento de projetos na Caatinga, artesanato, energia renovável, turismo
responsável, defesa, entre outras.

No turismo, o Sultanato já possui algo em comum com o Brasil. Em 2010, Omã recebeu a IV
Conferência Internacional sobre Turismo Responsável, a mesma que será sedeada pelo Brasil em
2012, no contexto das comemorações Rio+20 e Cape Town+10. Por lá, a Conferência foi tida como
uma das melhores experiências para o setor do turismo nos últimos anos.

Mas não é só. Omã, ao contrário do que sugerem as paisagens ásperas do clima árido do Oriente
Médio, muito se parece com o Brasil, não só pela beleza de suas praias paradisíacas, cachoeiras
e formações rochosas que terminam no mar, mas pela relação de seu povo com o meio ambiente
e com as culturas regionais. Assim como o Brasil, o país também passou por um período de
colonização portuguesa, porém poucos traços portugueses permanecem na região.

Investimentos

O que mais chama a atenção é a progressiva atenção das grandes potências e de emergentes para
Omã. Após mais de 20 anos sem visitar o sultanato, a Rainha da Inglaterra visitou o país duas vezes
em 2010. O Japão é o principal parceiro comercial, mas a China já ambiciona voos mais altos.

“O movimento é natural, pois o país encontra-se em franca atividade de crescimento com a
construção de ferrovias, portos, estradas, infra-estrutura-turística, entre outros”, explica Fabrizio
Ferreira, especialista em investimentos estrangeiros dos países do GCC, o bloco econômico árabe.

Economia Diversificada

As relações com três BRICS também desperta atenção. A China mantém escritório permanente em
Muscat, a capital do país, com o objetivo de vencer licitações em todos os segmentos. A Rússia que
também vem investindo na relação, marcou presença no país em 2010, e suas relações comerciais
com o Sultanato foram celebradas na Câmara de Comércio e Indústria em Moscou no ano passado.

Mas ninguém impressiona mais que a India. O histórico de cooperação bilateral entre os dois países
gerou uma série de acordos comerciais em 2010. “No ano passado, além da assinatura de diversos
tratados de cooperação comercial, Omã e Índia assinaram o tratado para constituição de um fundo
de investimento conjunto de US$ 100 milhões de capitalização, para investimentos em agricultura e

segurança alimentar”, explica Ferreira.

Relações Internacionais

Em relações internacionais, diferentemente de seus vizinhos, o Sultanato adota postura neutra. Esse
comportamento, que flutua entre a tradição de posicionamento inglesa e a suiça, é respeitado pelos
demais países do golfo e vizinhos da região.

No último dia 10 de janeiro, a Secretária Hillary Clinton foi mais uma ilustre personalidade do
cenário internacional que visitou o país. Não por menos. Em 2010, o Sultão Qaboos bin Said,
homem culto, estudioso, formado na Inglaterra e idolatrado em seu país pelo desenvolvimento
que trouxe à nação desde 1970, protagonizou uma rara cena nas negociações internacionais
entre Estados Unidos e Irã: pessoalmente, o Sultão se dirigiu a Teerã, negociou a soltura de uma
americana presa naquele país e trouxe a americana para o solo omani em seu próprio avião. Naquele
momento, os Estados Unidos perceberam o que a Inglaterra já sabia há muito. Agora só falta o
Brasil.

3 COMMENTS

  1. Sou Farmacêutica Sanitarista, tenho certeza que um dia conhecerei Oman.O desenvolvimento democrático que nós queriamos que acontecesse aqui no Brasil desde a mesma época,1970,o povo de Oman conseguiu !!!! É uma grande parceria para nós hoje.

  2. O brasil é um País lindo,amigo e Democrático.
    Eu,em meus poucos conhecimentos parabenizo o brasil por sua capacidade de buscar rações diplomáticas com outros povos,e, que isto é bom para todos
    eu por exmplo estou lendo esta matéria,e estou achando maravilhoso isto…Gosto de conheçer outros povos e suas culturas… desde já agradeço por esta matéria…

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