O Governo argentino vai criar 25 canais de televisão para tentar romper o monopólio midiático do Grupo Clarín, dentro do espírito da Lei da Mídia, que visa a democratização televisiva, tradicionalmente tutelada pelo poder econômico.
Segundo o site do Estadão, a administração federal utiliza a polêmica lei, aprovada no final de 2009, para que as novas emissoras comecem a competir com canais privadors antes de outubro, quando ocorrem as eleições presidenciais no país.
“A estratégia eleitoral envolvendo emissoras de televisão”, conclui o site, defensor do setor privado,” faz parte da disputa que a Casa Rosada trava, há quase três anos, com a principal holding multimídia do país, o Grupo Clarín, dono da maior provedora de televisão a cabo local, Cablevisión, e do maior jornal, o Clarín”.
“O governo pretende mudar completamente o mapa da mídia argentina para facilitar os objetivos políticos da presidente Cristina Kirchner. Para tanto, o responsável pela aplicação da lei, Gabriel Mariotto, concluirá, nos próximos dias, o chamado “plano técnico de televisão digital”, que contém um levantamento detalhado sobre as frequências disponíveis para a realização de licitações públicas”.
Mariotto é titular da Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca) e busca, especialmente, canais locais gratuitos para permitir o livre acesso da população. Atualmente, o Executivo possui seis emissoras próprias e outras cinco aliadas.
A tarifa da assinatura básica de Cablevisión é de 141,80 pesos argentinos (cerca de R$ 60) e a Casa Rodada está convencida de que “será difícil alguém querer pagar para ver televisão quando houver tantos canais gratuitos à disposição”, disse um assessor de Mariotto.
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