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Arquivos do Estadão revivem grandes fatos no original

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Você não precisa ser um nostálgico para usufruir deste novo serviço propiciado pelas novidades da internet. Trata-se dos arquivos de O Estado de S. Paulo, o Estadão, que reproduzem as páginas do jornal na exata forma com que reproduziu os acontecimentos na época em que estes ocorreram. Tomemos como exemplo a ascensão de Muamar Khadafi, há 42 anos. Para ilustrar seu material informativo e analítico, o site Estadão inclui um link (até aqui gratuito e sem exigir inscrição) dizendo: “Kadafi nas páginas do Estado”. Ao clicar, se abre uma janela com várias páginas do jornal, que vão, desde a ascensão do líder líbio, em 1979, até a visita que lhe fez o presidente Lula, em 2009.
A primeira página já dá uma idéia do jeito extravagante do então capitão, já graduado coronel, de apenas 27 anos: “Khadafi: os líbios deveriam chorar” Para se ter um gostinho da reportagem e desfrutar do sabor da época, quando ele se escrevia com acento circunflexo e se obedeciam estritamente a ênclase dos pronomes oblíquos, vou transcrever a parte inicial deste material, traduzido da revista francesa L’Express. o jornal é de 14/11/1971
“Passa da meia noite. Sala de espera de um hospital, em trípoli. Uma luz frágil. Envolto num velho alçbornoz (manto de lã com capuz, muito usado entre os árabes) entra um homem: “Sinto-me mal”, diz êle, quero consultar um médico”. Distraída, uma enfermeira manda-o sentar. Êle espera por muito tempo. Na sala de plantão, ao lado, ouvem-se gargalhadas. E, subitamente, êle se aproxima dos que riem: “Preciso de um médico”.
– Volta amanhã!
Com um gesto rápido, o homem abre o albornoz. Os que riam ficam lívidos. O “pobre doente” é o coronel Khadafi.
– Os vossos nomes. Vão ser demitidos”.
Os arquivos ainda trazem outras páginas saborosas para compreender o momento que viviam a Líbia revolucionária, os árabes e o destemido novo líder:
“Golpe militar derruba monarquia na Líbia”.
“Kadafi financiará terrorismo global”
“Para Israel, Kadafi é o culpado”
“O coronel Kadafi já não é o mesmo” (jornal de 10/08/1986, três mezes depois do ataque de Reagan à tenda de Khadafi, que matou uma filha de um ano do coronel)
“Petróleo é o tema da polêmica visita” – (de Lua à Líbia – jornal de 02/07/2009). “Lula ataca a mídia e chama Kadafi de ‘amigo e irmão'”.

Veja aqui os arquivos do Estadão para Kadafi

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