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O prêmio da Universidade La Plata a Hugo Chávez

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Chavez em La Plata 290311 I por cafenapolitica
O país e o personagem são os mesmos. Argentina e Hugo Chávez. Os locais é que se a distanciam 300 quilômetros, mas homenageiam o mesmo rio que, ao desembocar no Uruguai, torna o Atlântico um mar de água doce: as cidades de Mar Del Plata e de La Plata. Em Mar Del Plata, no dia cinco de novembro de 2005, Chávez, que tinha a seu lado Evo Morales e Diego Maradona e o apoio imprescindível de Néstor e Cristina Kirchner, implodia a ALCA, a “aliança” com que os Estados Unidos pretendiam fazer da América Latina um mercadão cativo para seus enlatados. Diante de mais de 50 mil pessoas, ele decretou: “Hemos venido con una pala (pá), porque en Mar del Plata está la tumba del ALCA”. Daí em diante, nunca mais se falou na grande ameaça à nossa emancipação e a ALCA virou passado.
Em La Plata, no dia 29 de março de 2011 (a última terça-feira), o cenário era a Universidade Nacional de La Plata, a cerca de 100 quilômetros da Buenos Aires. Pública e gratuita, é a maior, mais progressista e democrática do país. Tem 90 mil estudantes e 10 mil professores e funcionários. Foi lá, como jovens universitários, que se conheceram Néstor Kirchner (natural da distante província de Santa Cruz, já quase na Patagônia) e Cristina Fernandez (uma laplatense de classe média). Dois adeptos ferrenhos de Perón, eles se gostaram e lá mesmo se casaram, há 35 anos, ao som da marcha peronista.

Chavez em La Plata 290311 II por cafenapolitica
Foi esta universidade que concedeu o título de “Rodolfo Walsh de Presidente Latinoamericano para a comunicação popular” ao presidente da Venezuela Hugo Chávez. Não obstante os protestos da mídia tradiconal – à frente o ainda poderoso Grupo Clarin e e o jornal La Nación -, para quem Chávez não passa de um ditador -, a cerimônia transcorreu num ambiente festivo e altamente plural no campus. Compareceram milhares de estudantes, professores, movimentos sociais, as mães e avós da Praça de Maio e a mãe da presidenta Cristina, Ofélia. Chávez interagiu com a platéia, cantou, leu trechos de uma reflexão de Fidel Castro sobre a invasão da Líbia pela Otan e prenunciou que os povos unidos vão acabar vencendo a ditadura da mídia, que deixou o mundo pelo avesso, ao lembrar frase do jornalista uruguaio Eduardo Galeano.
Chamado de “companheiro presidente”, pela diretora da Faculdade, Florencia Saintout, que lhe fez a entrega solene do prêmio, Chávez agradeceu e avisou: “Na Venezuela, reina a maior liberdade de imprensa da história. Esses grandes meios de comunicação que aqui e ali nos acusam de perseguir jornalistas, de fechar veículos, são os mesmos que se calaram ante os desaparecidos e ante as ditaduras”.
Florência justificou que o prêmio dado ao líder venezuelano “não é um prêmio neutro ou asséptico, é um prêmio que se dá, por iniciativa dos estudantes, em uma faculdade onde se registraram mais de 40 desaparecidos e em uma universidade com mais de 700 desaparecidos”.

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