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E eleição e o preconceito no Peru

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Veja aqui videoentrevista e texto com Humala
Ontem, perto da meia noite, vi o final do debate da CNN entre os dois candidatos ao segundo turno da eleição presidencial do Peru, maraca para o próximo domingo, 5 de junho. Keiko Fujimore, de 35 anos e Ollanta Humala, de 49, foram cordiais um com o outro e trocaram até beijinhos, algo um tanto diferente do último pleito no Brasil, onde a carranca prevaleceu sobre os sorrisos.
Não sei porque a CNN – a gigante do cabo americana Cable News Network, em sua versão em espanhol – conduziu aquele debate, porque, no mínimo, é uma empresa de mídia estrangeira. É também conhecida pelas suas posições altamente preconceituosas em relação aos movimentos populares e suas reportagens e analistas, que só engrandecem os oligopólios, numa clara interferência nos assuntos internos dos países latino-americanos, a desprezada periferia.
E não poderia ser diferente no debate de ontem, como sucedeu ao fim do tête-à-tête, quando foram convidados dois “especialistas” para analisar o desempenho de cada candidato e qual tinha sido o vencedor. O fato curioso e inteiramente anti-jornalístico, porque não levou em conta o princípio básico do equilíbrio e da imparcialidade, é que ambos – um professor da Universidade da Flórida e um analista de mercado de capitais – deram a vitória à Keiko Fujimori, a candidata de preferência do chamado establishment.
Os dois tentaram projetar a candidata Keiko, filha do ex-ditador Alçberto Fujimori, que hoje cumpre pena de prisão em Lima, como sendo mais articulada e acreditada, enquanto faziam de Ollanta Humala, tenente-coronel reformado e autor de uma revolta militar contra Fujimori, um candidato de propostas incoerentes e sem base na realidade, sem deixar de aludir à semelhança de seu programa com o do presidente da Venezuela, Hugo chávez, também de origem militar.
Depois leio no site do Estadão que a campanha está acirrada, indicando os institutos de pesquisa uma diferença entre cinco e dois pontos para Keiko, números que equivalem a um empate técnico. Em 2006, Ollanta Humala foi também para o segundo turno, mas desta vez com Alan Garcia, ex-homem de esquerda mas já então vinculado aos grandes negócios.

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