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Telesur, 6 anos de telejornalismo transformador

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Por Beto Almeida (*)
Neste domingo, 24 de julho, a Telesur – La Nueva Television del Sur – completou seu sexto aniversário cercada de simbolismo – é a data de aniversário de Bolívar – de conquistas e de desafios. O simbolismo é a missão, bolivariana, de ser a única emissora televisiva que nasce para promover a integração latinoamericana e se contrapor, editorialmente, ao jornalismo desintegrador e neocolonialista praticado subreptíciamente ou encandalosamente pelas redes internacionais de TV.

No terreno simbólico, quanto mais os povos vão tornando-se conscientes da prática cada vez mais hegemônica do jornalismo delinquente , sobretudo nos países imperialistas, como agora se revela pelo fechamento do jornal News of the World, na Inglaterra, a Telesur caminha conquistando credibilidade consolidando um jornalismo de missão pública. Enquanto a grande mídia inglesa, como nos EUA, França, Itália ou Espanha, revela sua absoluta relação intrínseca com governos imperais e guerreiros – e aqui estamos nos referindo também às suas mídias públicas que também atuam em sintonia com os interesses da indústria bélica, participando da construção de mentiras que “justificam”, sob uma ótica das razões propagandistas de Hitler, as guerras contra o Iraque, o Afeganistão, agora contra Líbia, e os preparativos para ações militares contra a Síria e o Irã, Telesur esforça-se exatamente para revelar a existência de um terrorismo midiático que tentar intimidar os processos revolucionários e populares.

Jornalismo delinqüente inglês – Sempre se soube da estreita ligação do jornalismo delinquente das empresas d Murdock com as políticas mais interessantes para a indústria de armamentos e a suposta “guerra ao terrorismo”. Estes oligopólios jornalísticos sempre tiveram sob controle os governos de Margareth Tatcher, John Major, Tony Blair, Gordon e agora de Cameron, e esta relação jamais foi posta sob questão pelo jornalismo da BBC, que também ofereceu suporte editorial a todas as ações bélicas destes governos. Telesur, ao contrário, permite que as vozes silenciadas, seja nos EUA, ou na Europa, possam deunciar e revelar as ações criminosas da OTAN que sempre contaram com o suporte editorial da grande mídia capitalista, inclusive daquela chamada pública, mas que não foi capaz de escapar dos planos militares de seus governos contra os povos do Sul.

Para se ter uma idéia, basta citar dois exemplos recentes: primeiro, nos embates eleitorais na América Latina, como no Peru, recentemente, quando até a BBC de Londres também revelou-se representar interesses neocoloniais ao fazer aberta campanha pró-Kico Fujimori. Mas lá estava Telesur informando sobre o significado histórico da vitória de Humalla. Segundo, a presença de Telesur na Líbia, única TV internacional a emitir de Trípoli, desmontando a vil farsa do “bombardeio humanitário da OTAN”, crime apoiado pela manipulação de todas as grandes redes, inclusive a TV Al-Jazeera, representante dos interesses do estado oligárquico do Qatar, país ocupado militarmente pelos EUA,

A conquista dos povos do sul – A Telesur é também uma conquista, não apenas da Revolução Bolivariana, que já erradicou o analfabetismo e assumiu com soberania o destino de suas riquezas nacionais. Nunca tais causas e conquistas, também alcançadas por outras nações, foram adequadamente informadas. Jamais o tesouro cultural e das causas revolucionárias latinoamericanas mereceram espaços justos nas telas como na Telesur, que retrata Che, Zapata, Gaitan, Perón, Lula, Fidel, Evo, Mandela, Getúlio Vargas, Agostinho Neto e Samora Machel como expressões históricas das lutas populares.

Nas telas da Telesur há intensa e necessária divulgação, por exemplo, da vitória do povo da Bolívia contra o analfabetismo, ecoando a façanha da economia mais fraca da América do Sul já ser hoje “Território Livre do Analfabetismo”, ao passo que na economia mais forte da região sequer temos metas fixadas para erradicar esta vergonhosa mazela. Também há, por exemplo, qualificada informação sobre a retomada do desenvolvimento econômico na Argentina e seus progressos políticos, como na democratização dos meios de comunicação, o que permite que a Telesur seja hoje plenamente acessível aos nosso hermanos portenhos.
Os planos para a integração sulamericana – que é retratata com desdém e manipulação pela mídia capitalista – encontram na Telesur uma explicação lógica e contextualizada para os povos do sul. Desta cobertura jornalística, sistemática e regular, vai surgindo clara a idéia de que essa integração exige valores como o da solidariedade e da cooperação entre os povos, para o que também se fazem necessárias políticas baseadas no Estado de tal forma que se realizem as obras públicas indispensáveis, de infraestrutura, por exemplo, para que o crescimento e o desenvolvimento sócio-econômico seja para todos os países da região. Só a Telesur pode oferecer uma cobertura legítima, educativa e transparente sobre estas políticas porque é, ela mesma, produto deste processo de libertação e de integração latinoamericana. E também porque não está submetida à ditadura do mercado, aquela que produz o jornalismo delinqüente da Inglaterra, mas não apenas lá.

Desafios k- Muitos desafios, porém, cercam a Telesur. Entre eles: vencer a sabotagem permanente do império que coloca sempre mais e mais obstáculos para impedir o crescimento da visibilidade da Telesur no mundo. Apesar dela, a Telesur já está na Espanha, caminha para a África de língua portuguesa. Além deste, há também a incompreensão em alguns círculos nos governos progressistas, que ainda retardam integração midiática libertadora e preferem acordos com redes convencionais a cooperar com Telesur. Não há explicações lógicas para que, em sintonia com o processo e as políticas de integração latinomaericana, a TV Brasil ainda não tenha colocado em prática o convênio de cooperação firmado com a Telesur, permitindo, com isto, que os telespectadores brasileiros tomem conhecimento de um curso de transformações progressistas que avança em vários países da região. Aliás, a Telesur já foi bastante difundida nacionalmente no Brasil por meio de convênio com a TVE do Paraná,, até o ano de 2010.
Seria apenas levar ao terreno da comunicação políticas de cooperação que já existem nos planos econômico, político, educacional, de saúde, seja com a Argentina, Venezuela, com Cuba, com a Bolívia e Equador, todos sócios da Telesur.. Apesar destes obstáculos, a Telesur consegue cada vez mais presença e visibilidade mundialmente, comprovando o acerto de uma decisão que era considerada visionária, e vai levando na prática jornalística o seu lema “Nosso norte é o sul”., com o que prova e convida: um outro jornalismo é possível! E urgente!
25.07.11
(Diretor da Telesur em Brasília e presidente da TV Cidade Livre de Brasília, Canal 8 da NET (Comunitária))

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