O preço do petróleo, que está beirando 120 dólares o barril, poderá sofrer uma escalada por causa de algumas ações coordenadas do governo do Irã, neste final de semana, que elevaram a um nível perigoso as tensões internacionais, originadas com as sanções ocidentais contra o programa nuclear do país persa.

Estados Unidos e Inglaterra pedem a Israel para não atacar o Irã

No sábado, navíos de guerra com tecnologia nativa mas altamente eficaz, que inclui submarinos atômicos, ingressaram no Mar Mediterrâneo, depois de passar pelo Canal de Suez, na fronteira com Israel, num exercício militar destinado, ao que parece, a demonstrar força. Por último, neste domingo,
o Irã anunciou a suspensão das vendas de petróleo às companhias petroleiras francesas e britânicas, em comunicado do porta-voz do ministério iraniano de Petróleo, Alireza Nikzad.
As importações para a França constituem apenas 58 mil barris diários ou três por cento do consumo daquele país, com a Inglaterra importando um pouco menos deste total, mas a Espanha, Itália, Grécia e a Holanda, poderão ver seriamente afetado seu consumo de combustível, pois dependem de 15% a 20% das importações do país islâmico, se os cortes a elas se estenderem.
Na verdade, as ações do Irã constituem uma retaliação às sanções dos Estados Unidos e Comunidade europeia, que já levaram a ONU a adotar cinco resoluções contra as finanças iranianas, e a decisão da Comunidade em suspender as importações de petróleo, a partir de julho. Ao adiantar-se ou testar a capacidade europeia e mesmo americana de cumprir suas ameaças, uma vez que tanto um como padecem de séria crise econômica, além de sua vulnerabilidade aos preços do petróleo.

Mas nem tudo é ameaça, pois o Irã procurou acenar com uma saída negociada para o impasse, tendo seu
principal negociador para os temas nucleares, Said Jalili, proposto um encontro das potências do grupo 5+1 –Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha– para a retomada na “primeira oportunidade” das negociações sobre o programa nuclear iraniano, mas “sempre e enquanto forem respeitados seu direito à energia atômica com fins pacíficos”.