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Crítica do filme Prometheus

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A despeito de pretender fazer investigação séria sobre as origens da humanidade, Prometheus, de Ridley Scott, não apresenta novidade alguma, acabando por se comprometer, ao final de exagerados efeitos especiais, como mais uma chanchada, no gênero science-fiction de terror, a exemplo de Alien (1979), do mesmo realizador, que também o é do clássico Blade Runner- O Caçador de Andróides (1982).

O que move o argumento, dessa feita, é a procura, levada a cabo por cientistas americanos, a bordo de uma nave espacial (e orientados por um mapa), de um mundo distante, onde existe uma civilização avançada, na qual eles acreditam encontrar o objeto de suas pesquisas. Mas, na verdade, como não poderia deixar de ser – em se tratando de horror -, vão se deparar com algo que representa uma grave ameaça de extinção da raça humana.

O roteiro, de Jon Spaihts e Damon Lindelof, não é estruturado para desenvolver uma ação dramática propriamente dita, mas, sim, para fixar a diversidade de caráter e de temperamento dos pesquisadores, que se encontram enclausurados no interior da espaçonave Prometheus, criada pelo multimilionário Peter Eyland (Guy Pearce) que, por acaso, tem o ego muito desenvolvido a ponto de imaginar que é, nada mais, nada menos, um deus.

A expedição custeada por Weyland ocorre no ano de 2089. A parte introdutória da película – um verdadeiro show de imagens de montanhas e de cataratas, captadas pelas lentes de Dariusz Wolski e pontuadas pela música de Marc Streitenfeld e de Harry Gregson-Williams – acontece, entretanto, em tempos remotos, quando, numa espaçonave, chega à terra um andróide, que, de imediato, bebe um liquido negro e se desintegra. O seu DNA, levado pelas águas de uma imensa corredeira se dissemina pelo planeta, dando origem aos seres humanos.

Mais tarde, ainda criança, a futura Dra. Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) – um dos tripulantes da Prometheus -, em conversa com o pai (Patrick Wilson), às margens de um caudaloso rio, fica curiosa para saber de onde provém a humanidade. A bordo da espaçonave de Weyland, muitos anos depois, ela é a única religiosa, entre os cientistas, que diz ter fé inabalável e exibe, dependurado ao pescoço, um crucifixo.

Shaw é namorada de Charlie Holloway (Logan Marshall-Green), que, entretanto, coloca a ciência acima de todas as crenças. É um cético, um ateísta. Mas é também muito dependente do amor que sente por Shaw. São os dois os únicos, na nave, que fazem amor, razão pela qual não são bem vistos pela comunidade e principalmente pelo ciumento e arrogante andróide David (Michael Fassbender), a figura mais misteriosa do filme.

Meredith Vickers (Charlize Theron) é a funcionária mais graduada das empresas de Weyland, que monitora a expedição. Ela absorveu bastante da empáfia de seu poderoso chefe e deseja manter tudo, na nave, sob o seu controle. Em vista disso, reprime o mais que pode o desejo de se entregar a Janek ( Idris Elba), o militar, comandante da Prometheus, de quem sofre assédio constante. Há ainda o botânico, Milbum (Rafe Spall) e o geólogo Fifield (Sean Harris), esse o de temperamento mais instável de todos.

Como sempre, a narrativa de Ridley Scott é, em boa parte, convincente, sem chegar, contudo, a ser brilhante, como ocorreu na de Gladiador (2000) e na de Gângster Americano (2007). Não tendo uma trama para explorar, Scott se esmera no uso de efeitos especiais a fim desenhar o perfil das personagens, em especial o do andróide David, que protagoniza sozinho as sequências visualmente mais belas da película.

É como se Scott estivesse elegendo o intérprete, Michael Fassbender, por uma consagração em cena, como o seu novo ator fetiche, depois de dar por encerrada (ou suspensa) sua longa parceria com o neozelandês Russell Crowe. E, como se há de convir, Fassbender faz por merecer, pois a sua composição de David – inspirada em Dirk Bogarde (O Criado) e em Peter O´Toole, citado numa cena de Lawrence da Arábia – é o único elemento, além da música e da fotografia, que não se pode desprezar no filme.
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
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FICHA TÉCNICA
PROMETHEUS
EUA, Reino Unido / 2012
Duração – 124 minutos
Direção – Ridley Scott
Roteiro – Jon Spaiths e Damon Lindelof
Produção – Ridley Scott, David Giler e Walter Hill
Fotografia – Dariusz Wolski
Trilha Sonora – Marc Stretenfeld e Harry Gregson-Williams
Edição – Pietro Scalia
Elenco – Noomi Rapace (Elizabeth Shaw), Michael Fassbender (David),Guy Pearce (Weyland, Logan Marhall-Green (Charlie Holloway), Idriz Elba (Janek), Charlize Theron (Meredith Vickers), Rafe Spall (Milbum), Sean Harris (Fifield)

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