O governo equatoriano anunciou que não mais enviará militares ao Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação e Segurança, a antiga Escola das Américas, que, desde 1946, vem formando especialistas em contra-insurgência, guerra psicológica e técnicas de interrogatório (torturas).
O chanceler Ricardo Patiño, que deu ontem a informação, explicou que esta escola antes funcionava no Panamá, mas em razão de denúncias de abusos de direitos humanos, teve de mudar de nome e local de funcionamento para o estado da Geórgia, Estados Unidos.

Disse ainda o chanceler que a decisão do presidente Rafael Correa atende a uma solicitação da ONG Observatório da Escola das Américas, SOA Watch, em sua sigla em inglês, a mesma da antiga School of Americas

Através de sua conta na rede social Twitter, Patiño aproveitou a ocasião para citar o senador democrata Martin Meehan, por Massahussets, que uma vez comentou: “Se a Escola das Américas decidisse realizar um encontro entre ex-alunos, reuniria infames e indesejáveis assassinos de todo o hemisfério”

Em 2010, frequentaram o hoje instituto 31 soldados equatorianos e quatro instructores e em 2011, a cifra aumentou para 36 novos estudantes e três sub-oficiais, segundo dados do SOA Watch. O observatório nasceu em 1990, por causa dos acontecimentos de 16 de novembro de 1989, nos quais militares formados na Escola das Américas assassinaram seis jesuítas, uma funcionária e sua filha adolescente, em El Salvador. Calcula-se em 61 mil dos 34 países da América Latina o número de militares formados nesses ambientes específicos nos Estados Unidos, entre os quais figuram notórios torturadores e ditadores, como o general Leopoldo Gautieri, da Argentina.

Clique aqui para a notícia (em espanhol), na Agência Andes, do Eqador