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A Europa do Sul se levanta em greve geral

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Por FC Leite Filho

Seria exagerado dizer que um princípio de levante se desenha na chamada Europa do Sul, leia-se Portugal, Espanha, Itália, Grécia e até a França? A julgar pela explosão de protestos desta quinta-feira, 14 de novembro de 2012, contra os pacotes de austeridade, ou seja, antissociais e recessivos, não ficamos muito longe disso. Em meu livro Quem tem medo de Hugo Chávez?, eu lembro como os principais países da América Latina, à frente Venezuela, Argentina e Brasil se libertaram do julgo da receita neoliberal do FMI, e se voltaram para seus projetos nacionais de desenvolvimento com inclusão. Os acontecimentos de hoje naqueles países servem para comprovar o quão estávamos certos em nos desvencilhar das medidas fiscais, que só beneficiam os banqueiros e as multinacionais, e enfatizar programas de combate à fome, à miséria e ao analfabetismo, para estabelecer prioridades próprias, inclusive de relacionamento internacional.


Não fora esta mudança de rumos, e estaríamos hoje penando como os os espanhóis, por exemplo, que, depois de terem seus salários e benefícios sociais garfados pela sanha enfurecida dos mercados, agora são obrigados a entregar suas residências às financeiras, porque, devido aos juros altos e às perdas salariais, não puderam continuar pagando em dia suas prestações. Já somam 350 mil as famílias arremessadas no olho da rua, num drama que já causou dois suicídios, incluindo o de uma senhora de 53 anos que pulou do quinto andar de seu edifício. O protesto extremo chocou de tal maneira a população, que levou os bancos a congelar os despejos, pelo período de dois anos. À parte o desespero, os europeus sofridos sul taambém cuidam se mobilizar e coordenar em termos continentais, como mostraram os eventos de hoje.

Primeiro, eles deflagraram a primeira greve geral da história na Península Ibérica (Portugal e Espanha), que paralisou praticamente todas as atividades desses dois países, com o o apoio determinante da população. Segundo, outros protestos significativos, como paralisações pontuais e manifestações de rua, que redundaram em ferimentos em 118 pessoas, só em Madri, prisões e choques com policiais em Lisboa, Paris, Turim, Milão, Roma e Atenas, mostram que não assistirão passivos às medidas de choque. Embora de cunho pacífico, essas manifestações tendem progressivamente a se transformar numa explosão social compreendendo toda a velha Europa, se os banqueiros que passaram a dominar os governos europeus, tanto do sul como do norte, impondo governantes como os da Itália e da Grécia, passando por cima da vontade popular e dos parlamentos, não reverem suas políticas desastradas.

Oxalá que as mudanças se dêem dentro dos parâmetros democráticos, como ocorreu nos diversos países latino-americanos, pois ninguém almeja a repetição dos processos turbulentos que marcaram a Revolução Francesa de 1789, a Revolução Soviética de 1917 ou a Revolução Cubana de 1959. O último relatório do Banco Mundial bem que pode servir de inspiração aos europeus de todos osquadrantes: segundo o documento, divulgado ontem, por causa das políticas de inclusão social dos novos governos populares que assumiram a partir de 1999, a classe média da América Latina e do Caribe passou 103 milhões de pessoas, em 2003, para 152 milhões, em seis anos, numa expansão de 50% nesse estrato social, enquanto o percentual de pobres caiu de 44% para 30% da população.

Veja Quem tem medo de Hugo Chávez?

 

1 COMMENT

  1. Este sim e9 um verdadeiro livro com grdnae qualidade, agora a porcaria que tu escreves… nem vale a pena passar da contracapa que consultei numa livraria de segunda. mesmo o aspecto deste escritor e9 muito mais simpe1tico que o teu que e9 de uma petule2ncia agonisante

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