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Mercosul se une, apoiando Cristina e Chávez

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FC Leite Filho
Autor de http://quemtemmedodehugopchavez.com.br

Com a Argentina na batalha final para quebrar o monopólio da mídia privada, a Venezuela com seu presidente revigorado de um tratamento em Cuba, e o Brasil repelindo a demanda de uma revista inglesa para demitir seu ministro da Fazenda,  a 44a. Cúpula do Mercosul, agora acrescido da Bolívia, demonstrou que não mais se prestará aos interesses das corporações transnacionais, que antes o haviam transformado quase num grupo privado, para se voltar aos interesses da integração e complementaridade dos povos da região, como já o vinham fazendo seus presidentes progresistas nos últimos 14 anos. O tom foi dado pela presidenta Cristina Kirchner, que irmanada com Diolma, Chávez, Mujica, Evo e Rafael, avisou que o Mercosul pode ser sócio mas não depositário de suas sobras. Por sua vez, a presidenta brasileira afirmou que “em hipótese alguma o governo brasileiro eleito pelo voto direto vai ser influenciado pela opinião de uma revista que não seja brasileira”Dilma se referia à revista inglesa “The Economist”, o maior portavoz do capitalismo ocidental, que, numa ingerência inconcebível em nossa economia, “sugeriu” a demissão do ministro Guido Mantega, como se este fosse um serviçal de sua majestade britânica. Dilma foi mais além e deu um recado: “Vocês não sabem que a situação deles é pior do que a nossa? Pelo amor de Deus, desde 2008″, afirmou. Não temos crise de dívida soberana. A nossa relação dívida PIB é de 35% e a inflação está sob controle”.

Esta cúpula do Mercosul, com efeito, teve como finalidade precípua, prestigiar Hugo Chávez, que acabava de ingressar formalmente no Mercado do Sul, depois de mais de seis anos de sabotagem pelas potências ocidentais, que até então vinham manobrando o bloco a seu bel prazer, e Cristina Kirchner, numa luta titânica para domar o monopólio da comunicação de seu país, ainda sofrendo os entraves de uma justiça garroteada pelo grande capital, mas que logo vai ser ultrapassada pela força irreversível de um governo democrático e popular. Cristina Kirchner, que já foi vitoriosa em outras batalhas contra a oligarquia rural, no caso da crise do campo, em 2005, e contra a oligarquia financeira, ao arrancar o banco central das mãos da banca internacional, ainda explicou, em seu discurso no Mercosul, como nadava contra a maré, ao citar um exemplo do salmão da Patagônia, a região de seu marido e ex-presidente N´stor Kirchner e que ela também adotou como sua:

“Muitas vezes atuamos como o salmão patagônico, que nada contra a corrente para reproduzir-se. É um um espetáculo ver (esse processo). É verdade que, depois deste esforço, morre. Mas desova e se reproduz. Deixa filhos, deixa legados. Deixa ideias. Deixa exemplos”.

O importante, para a presidenta argentina, diante da anuência de seus pares, ” é o que foi feito concretamente em benefício dessas massas esquecidas, submergidas e humilhadas durante tanto tempo, através de políticas, sociais e econômicas”. Cristina acentua que ” os  projetos políticos e não modelos econômicos”, porque, como entende “não há modelo econômico, a decisão é política, a economia vem depois. E e se muda, quando for preciso mudá-la. E se mantém, quando for necessário mantê-la. Isso é economia política, que depende um projeto político”. Por isso, concitou a “todos os companheiros do Mercosul, a todos os chefes de Estado que hoje nos acompanham, para que este continue sendo o objetivo e algo que tem sido central nestes anos: a unidade indestrutível da região em face de problemas graves que se nos apresentaram e de resolução de nossos conflitos, sob o comando de nossas próprias normas. Por isso, temos de aprofundar, expressar e normatizar instrumentos e mecanismo de solução de conflitos, qualificadoras próprias, instrumentos próprios, que nos ajudem a contiuar não somente crescendo como também dando maior densidade ao nosso crescimento, num mundo que vai continuar sendo muito difícil”. Participaram desta reunião do Mercosul, além de Cristina, Dilma, José Mujica, do Uruguai, e o ministro da Energia da Venezuela, Rafael Ramírez, representando  o presidente Hugo Chávez, os presidentes da Bolívia, Evo Moralez, que, na Cúpula assinou o tratado de adesão ao Mercosul, e de Rafael Coerrea, do Equador, e os representantes do Suriname e Guianana qualidade de observadores e futuros membros.
Comentário de Beto Almeida, da Telesur e da TV Cidade Livre de Brasília

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