Home América Latina Em Cuba, de vermelho, Lula dá o tom para 2014

Em Cuba, de vermelho, Lula dá o tom para 2014

0

Por FC Leite Filho

Autor de “Quem Tem Medo de Hugo Chávez”

Ao apresentar-se em Cuba vestindo camisa em vermelho berrante, o ex-presidente Lula da Silva não quis só homenagear o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em tratamento naquele país e que adotou a tradicional cor das lutas sociais para a sua revolução bolivariana. Na intervenção à III Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, patrocinada pela Unesco, em Havana, Lula estava dando o tom da campanha presidencial de 2014, no Brasil, a qual, como deu a entender, vai se centrar na intensa mobilização das forças sociais, as grandes propulsoras de sua ascensão ao Palácio do Planalto em 2002, e nas redes sociais da internet.

O ex-presidente ainda sinalizou que as redes sociais da internet, hoje mais populares e eficazes que a televisão, como demonstram alguns estudos e os últimos embates da Globo contra sua queda de audiência (veja detalhes a seguir), deverão ser o veículo-motor das caravanas e mobilizações já marcadas para a partir de 2013:  “A gente fica reclamando (da mídia) e não fazemos o que está ao nosso alcance. Hoje, com a internet… e se cada um de nós fizesse funcionar o nosso Facebook, nossos blogs,Twiter, o que seja, faríamos uma revolução da comunicação e, quem sabe, não tenhamos que pedir que alguém tenha que publicar o que nós mesmos deveríamos publicar”. Lula ainda fez ver que “nunca tivemos tanta oportunidade de sermos tão independentes como somos agora. E muitas vezes nós ficamos sentados no sofá, reclamando que a televisão não deu a notícia que queríamos ver”.

Vídeo do discurso de Lula

Depois recorreu à ironia: “Eu nem reclamo, porque, no Brasil, a imprensa gosta muito de mim, meu trabalho, sou um cidadão assim, só falam bem de mim, então não reclamo, a imprensa brasileira só fala bem de mim.. E eu nasci assim, cresci sendo assim e vou morrer assim, ou seja, deixando eles muito nervosos e irritando eles, porque o que eles não gostam na esquerda, não pensem que a imprensa não simpatiza com o Chávez somente porque ele usa uma guayabera vermelha, ou porque fala do sindicalismo do Século 21, não pensem que não simpatizam com Corrêa (INAUDÍVEL), de Evo Morales, de Cristina, de Pepe Mujica, entre outros”.

Na verdade, estudo inédito feito pelo Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil) em parceria com a comScore revela que a internet já é a mídia mais consumida no país, hoje com 80 milhões de internautas. segundo este estudo, “a internet aparece como a atividade preferida por todas as faixas etárias, de renda, gênero e região quando se tem pouco tempo livre, somando 62%. Em casa, a web é mais acessada em casa pela manhã quando 69% se conectam, 78% também acessam à tarde e 73% à noite. E também é a mídia mais popular em todos os demais lugares como trabalho, escola, restaurantes, shoppings e na casa de amigos”, como revela matéria do site do jornal O Globo.

Outro exemplo ilustrativo desta tendência é a queda na audiência do programa Big Brother Brasil que, segundo matéria de hoje do site da revista Veja, a 13ª edição do programa Big Brother Brasil “bateu o recorde negativo de audiência na primeira noite, quando marcou 25 pontos no Ibope, dez a menos do que a estreia anterior”. Não obstante, ainda de acordo com a Veja, o programa “produziu nada menos do que 1,5 milhão de tuítes nas três primeiras semanas desde a estreia. O número se aproxima da quantidade de menções no Twitter de toda a 11ª edição, que durou cerca de três meses”.

Daí a preocupação de Lula para o uso intensivo e sistemático das rede sociais, não apenas para a campanha eleitoral, como para a segurança dos regimes populares inaugurados  pelos presidentes  progressistas da América do Sul:

“Eu penso que uma conferência como essa, que reúne 800 pessoas de 44 países não pode terminar e cada um voltar para casa e colocar na sua biografia “participei da Terceira Conferência pelo Equilíbrio do Mundo quando se completava os 160 anos do nascimento de Martí” é muito pouco. É muito pouco. O importante é que se saia daqui como cúmplices, como aliados de alguma coisa nova que queremos construir. É necessário sairmos daqui com o desejo de continuar fazendo essa reunião mesmo não estando reunidos fisicamente. Mesmo não estando reunidos fisicamente, podemos interagir entre nós (pela internet).”

Veja ainda:
Íntegra do discurso de Lula, em Havana, fim de janeiro de 2013

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here