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Argentina: 203 anos de independência e 10 de inclusão

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Numa festa com 700 mil pessoas, embaladas em músicas, danças, luzes e papel picado que iluminavam a Casa Rosada, símbolo do poder popular, a Argentina comemorou ontem. o tradicional 25 de Maio, os 203 anos da independência e os 10 da política de inclusão social, dos governos Kirchner, que arrancaram o país da depressão de 2001.

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Ao contrário do enorme impasse do início do novo milênio, quando garfaram o emprego, as aposentadaorias e até os depósitos bancários dos argentinos, o país passou a viver, na década ganhada, um período de bonança, com a criação de cinco milhões de novos postos de trabalho, 1.400 novas escolas, nove universidades, uma aposentadoria duas vezes mais ampla e garantida pelo Estado e não mais dependente da falência dos bancos privados, além da devolução do dinheiro surrupiado pelo denominado corralito.

Estas conquistas, porém, encontram-se sob sério risco devido à cerrada campanha de desestabilização, à semelhança daquelas desencadeadas contra Getúlio e Jango no Brasil, e Perón, na Argentina, desencadeadas pelos mesmos grupos poderosos e midiáticos que idealizaram as ditaduras e os escândalos financeiros que quebraram o país e empobreceram a antes rica e opulenta nação platina.
Por esta razão, a presidenta Cristina, esposa e sucessora de Néstor, o primeiro Kirchner, que governo de 2003 a 2007, quando passou o bastão à “companheira de vida e de militância”, fez um comovente discurso, apelando ao povo para que se organize e participe mais da vida nacional, para que, não ela, pessoalmente, mas a sociedade, melhor se defenda das tormentas que se desenham no horizonte. A propósito, ela lembrou que, nos seus seis anos de governo, havia enfrentado nada menos que três “corridas cambiárias”, ou seja, ataques especulativos contra a moeda e as finanças do país, todos eles inspirados e sustentados pelos meios de comunicação, tendo à frente os grupos Clarín e La Nación.

Cristina tem insistido sobretudo para que o povo se informe melhor dos acontecimentos, recorrendo a outras fontes de notícias e não somente aquelas dos grandes grupos midiáticos, por terem sido estes justamente os autores dos pacotes econômicos de arrocho ecoômico e das ditaduraas mais brutais que atingiram o país depois de 1964: “É por isso que me empenho, é minha ocessão que esta sociedade de 40 milhões de argentinos se organize, de forma unida e solidária, mas ao mesmo tempo compreenda (o que está acontecendo)”.
E citou um exemplo: “Outro dia, eu falava dos incautos e contava uma história de precisamente quando foram emitidos os famosos bônus para pagar aos argentinos com os depósitos segurados pelo corralito. Muitos o venderam. Quando, no ano passado, pagamos (o governo) o corralito, eram somente 20 por cento os argentinos (que os tinham disponível por inteiro). Os outros 80% eram (pertenciam) a estrangeiros que haviam comprado por dois pesos o que valia 100 (pesos). Por que? porque tem muitos argentinos, inclusive argentinos instruídos, argentinos de classe média, argentinos que tiveram oportunidade talvez não de entender, e sim de saber. Porque há uma grande diferença entre saber e entender”.
Por esta razão, a presidenta instou aos argentinos que “entendam e compreendam quais e onde estão seus verdadeiros interesses”. Daí a necessidade, segundo ela, de organizar a sociedade para cuidar as conquistas. Olhar par cuidar. Porque se vocês não se organizem, se não participam, se não cuidam, vocês mesmos, do que é de vocês, vai passar por tudo isso outra vez”.
É importante que o internauta veja vídeo acima do discurso da presidenta neste vídeo e sinta o clima mágico de civismo de toda aquela festa.

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