(Programa transmitido pela TV Cidade Livre de Brasília, Canal 8 da NET (só DF), às segundas, às 7 da manhã, as quartas, às 19, e às quintas-feiras, às 13 horas)
O historiador e cientista político Luiz Alberto Vianna Moniz Bandeira, autor de mais de 20 livros sobre o império americano e sua ingerência no Brasil, na América Latina e no restante do mundo, concedeu esta viodeoentrevista a FC Leite Filho, do cafenapolitica.com.br, através de uma conexão Skype, de Brasília com Heidelberg, na Alemanha, operada pelo cameraman Edevaldo Pereira da Silva. Moniz Bandeira, que denunciou já em 2005, em seu livro “A Formação do Império Americano”, o conluio das agências de espionagem americanas com empresas transnacionais, visando a fins comerciais e não somente políticos, traça um quadro preocupante da privacidade do cidadão no mundo de hoje e o controle cada vez maior dos meios de comunicação sobre a política e as liberdades individuais.
O politólogo brasileiro, residindo na Alemanha há 17 anos, foi professor visitante das Universidades de Heidelberg e de Colônia e outras da Europa e Argentina e é professor titular aposentado da UnB (Universidade de Brasília). Em setembro lançará, durante a Feira de Frankfurt, outro livro (*) – “A Segunda Guerra Fria” – com a mesma temática, também pela Civilização Brasileira, desta vez concentrando-se na presença dos Estados Unidos no Oriente Médio. Ele lembra que o escândalo da espionagem sobre as ligações telefônicas, os emails e as redes sociais da internet, desatado pelas revelações do ex-agente da CIA Edward Snowden, não é coisa da era Barak Obama, e sim procedimento que vem de muito longe. Ele lembra que a administração do ex-presidente Bill Clinton já agia sobre a internet em prejuízo das empresas japonesas de carro para beneficiar similares americanas. Naquele livro, editado pela civilização Brasileira, em 2005, Moniz assinala a certa altura: “Em setembro de 1993, (Clinton) pediu à CIA que espionasse os fabricantes japoneses, que projetavam a fabricação de automóveis com zero-emissão de gás, e transmitiu a informação para a Ford, General Motors e Chrysler”.
Nesta entrevista ao Café na Política, o historiador relata o clima de opressão hoje vivido pela Europa com o sistema bancário minando as economias não só de países periféricos como Espanha, Portugal e Grécia, mas de potências como a França e a Inglaterra. Paralelamente, os gigantes da informática, como o Google, fazem hoje do país dos ingleses um autêntico estado totalitário neste aspecto da agressão à privacidade individual: “Aqui na Alemanha”, diz ele, “o governo proibiu, mas em outras cidades como Londres, os carros do Google (a pretexto de fazer mapeamento geográfico) passam todo dia em frente as residências, recolhendo senhas”.
Moniz Bandeira ainda falou sobre a política brasileira, detendo-se nas manifestações de rua que convulcionaram o Brasil no mês de junho. Para ele, os protestos, ainda que brandindo legítimas reivindicações populares, foram manipulados pela mídia e as ONG (Organizações Não Governamentais), que, no seu entender, estão a serviço de forças exteriores interessadas em minar o atual governo e o crescimento do Brasil como potência média. Por esta razão, ele sugeriu o registro das ONGs e seus respectivos capitais, provindos de empresas multinacionais, pelo Ministério da Justiça, assim como fez o presidente Valdimir Putin, na Rússia, e como já é prática há algum tempo nos próprios Estados Unidos.
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(*) Ainda na Feira do Livro de Frankfurt, Moniz Bandeira apresentará o livro a ser apresentado na Feira de Frankfurt -Wachstumsmarkt Brasilien: Der Deutsche Wirtschafts- Und Handelsbeitrag in Geschichte Und Gegenwart, que é a versão alemã da segunda edição de meu livro O ‘Milagre Alemão’ e o Desenvolvimento do Brasil, em breve disponível na amazon.com. Nessa obra, ele também aborda a espionagem americana do programa nuclear brasileiro. Em português, a 2a edição. atualizada e ampliada, foi lançada há dois anos pela Editora UNESP. Já A Segunda Guerra Fria estará no stand da Civilização Brasileira-Record. Também estará na Feira de Frankfurt a edição chinesa de Formação do Império Americano, traduzido para o mandarim.
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Parabéns sr: Leite Filho por este blog , que dentro das possibilidades nos traz os fatos com o máximo de veracidade possível . Permita me agradecer por ter ouvido fala em Moniz Bandeira pelos livros por ele escritos, trabalhados, que aprendi a gostar muito obrigado sr: Moniz Bandeira pelos seus livros..